Durante a gestão Paulo Câmara, Pernambuco experimentou uma situação incômoda. Nos oito anos dos dois mandatos, foram três presidentes da República – Dilma Roussef, Michel Temer e Jair Bolsonaro – e o Estado foi oposição a todos eles. Na campanha de 2022, a então candidata Raquel Lyra se esquivou de dizer a quem apoiava entre os dois principais nomes na disputa presidencial, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Dizia querer discutir Pernambuco. Eleita, apesar de ser do PSDB, partido de oposição ao PT, iniciou o processo de aproximação com o petista.
A afinidade entre os governos estadual e federal se reflete diretamente na quantidade de investimentos no Estado. Foi o caso da parceria entre o então governador Eduardo Campos e o segundo mandato do presidente Lula. E é nisso que se apoia a governadora, que desde o início da gestão vem alimentando uma aproximação com o petista.
É lógico que Raquel também tá calculando os dividendos políticos que essa parceria pode dar mais na frente. Afinal, o presidente Lula obteve 66% dos votos em Pernambuco. Mas até lá, colhe os frutos positivos dessa aproximação com o petista.
Nesta quinta e sexta, o presidente Lula vem ao Estado anunciar investimentos na Refinaria Abreu e Lima e, principalmente, a confirmar que a Escola de Sargentos será construído em Pernambuco, um equipamento que terá investimento gigante de R$ 1,8 bilhão. Vai envolver 6,5 mil pessoas e injetará na economia do Estado R$ 210 milhões.
Portanto, em que pese controlar um partido que sempre foi antagonista do PT no Brasil, o PSDB (era até bem pouco tempo a presidente), Raquel está enxergando, nesse primeiro momento, a parceria administrativa. Se isso vai evoluir para uma dobradinha política, isso ela deixa para o futuro.