Executivo e Legislativo estaduais voltaram a trombar de frente. A decisão do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), de judicializar o pagamento às emendas que não foram quitadas em 2024, é apenas mais um capítulo, e não será o último, da longa história de embates entre os poderes. Na raiz de tudo, a decisão da governadora Raquel Lyra de apostar na candidatura para presidente da Alepe, ainda em 2022, no nome de Antônio Moraes, em detrimento de Álvaro Porto, que já havia avançado nas articulações e conquistou não só comando do Legislativo, como se reelegeu. Essa decisão talvez tenha sido o maior erro político da gestão.
Primeiro deputado a apoiar a então candidata Raquel Lyra em 2022, Álvaro está atento a a cada deslize do Governo. Uma distração da gestão é espaço para uma reação do presidente da Alepe. Só nesta semana, a Assembleia articulou a ampliação do limite para as emendas de 1,2% para 2% da receita corrente líquida a partir do próximo ano; Álvaro anunciou que irá à Justiça para que o governo pague as emendas não quitadas de 2024; e, por fim, assumiu o comando do PSDB, um movimento que Raquel tentou conter, sem sucesso, filiando a vice-governadora Priscila Krause à legenda tucana.
No embate, gestão Raquel tem mais a perder
As cicatrizes foram profundas desde o começo. Por duas vezes chegaram perto de serem fechadas. Mas sempre são reabertas. Um governista, em sigilo, lamentou que o governo tenha negligenciado a política na Casa. E o custo dessa relação atormentada, estavelmente instável, entre Executivo e Legislativo tem sido, muitas vezes, alto para a gestão da governadora Raquel Lyra.
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