O Voa Brasil é daquelas propostas de empatia imediata, com imenso potencial de catapultar a popularidade dos gestores. É muito difícil uma pessoa dizer que não gosta de viajar, de conhecer outros lugares. E o programa, lançado nesta quarta-feira (15) pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, começou justamente por uma faixa da população por vezes esquecida ou relegada a segundo plano na prioridade das políticas públicas, os aposentados.
Não é a primeira vez que o Governo Federal atua junto às empresas aéreas para oferecer descontos em passagens. No princípio dos anos de 1980, o Departamento de Aviação Civil (DAC) negociou com as operadoras para que ofertassem voos noturnos com 30% de desconto, com o Voos Econômicos Noturnos (VEN). A diferença do Voa Brasil é que, na época, a proposta era utilizar a frota ociosa das aéreas.
A intenção, agora, é democratizar as viagens de avião, no que o Silvio Filho classificou como o “primeiro programa de inclusão social da aviação aérea brasileira”. “Estamos abrindo a possibilidade para que mais brasileiros possam viajar pelo país, fazer turismo ou reencontrar parentes. A inclusão gera emprego e renda, gera desenvolvimento econômico”, comentou o ministro.
Potencial do Voa Brasil
Foi ciente do potencial positivo do programa, que o presidente Lula passou um pito no então ministro Márcio França, há 16 meses, por ele ter anunciado a proposta sem comunicar ao próprio presidente ou à equipe política da gestão, pois havia a necessidade de fazer os acertos necessários para o anúncio.
Desta vez o ministro de Portos de Aeroportos, Silvio Costa Filho, fez diferente. Cumpriu todo o protocolo e, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, pode apresentar a proposta. Serão de início 3 milhões de passagens e 23 milhões de aposentados do INSS são elegíveis a solicitar os bilhetes. Com isso, o Governo Federal ganhou uma mídia espontânea, que, bem trabalhada, trará um impulso não só ao presidente Lula, mas também do próprio Sílvio, que tem pretensões majoritárias em 2026, de olho numa vaga na disputa pelo Senado.
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