Diálogo para quê, se existe o confronto

Márcio Didier

A Assembleia Legislativa retoma os trabalhos nesta quinta-feira. E o clima entre Legislativo e Executivo que foi ruim durante 2023, começa péssimo em 2024. A decisão da governadora Raquel Lyra de ir ao Supremo Tribunal Federal contestar o orçamento aprovado pela Casa, inclusive com derrubada de vetos da governadora, estica uma corda que já estava tensionada ao máximo.

Um dia depois de tomarem conhecimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade no STF, os deputados estaduais estavam possessos. Assim como ocorreu nos vetos a sete artigos do orçamento, eles souberam da ação na Justiça pela imprensa. Nenhum parlamentar teria sido informado da ação. Nem mesmo os governistas.

No início da noite desta terça-feira (30), a Assembleia lançou nota em que dizia que a ação da governadora atingia não apenas a Casa, mas também TJPE, TCE, MPPE e Defensoria Pública. Um dos maiores opositores da governadora na Alepe, o deputado estadual Alberto Feitosa (PL) classificou a decisão da governadora como “irresponsável”.

Todo esse mal-estar profundo, esse furdunço todo, poderia ter sido evitado com diálogo. Essa palavra mágica, que na política resolve muita coisa e, sem ela, desmantela-se tudo.

Se o atrito não é bom para nenhum dos lados, pior para a população que sofre com serviços precários nesse puxe-encolhe do orçamento.  

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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