Márcio Didier
A decisão de conceder o título de cidadão recifense ao deputado federal Carlos Veras, que é natural de Tabira, foi mais uma iniciativa da vereadora Liana Cirne, primeira suplente de deputado federal, do que um movimento para influenciar a construção da chapa do prefeito e pré-candidato à reeleição João Campos. Não mudará em nada a definição.
Isso porque o prefeito quer o PT em seu palanque, mas no PSB o desejo é que o vice seja um socialista. Querem garantir que a Prefeitura do Recife continuará com a legenda, caso João Campos decida dar um salto maior para disputar o Governo do Estado, em 2026.
Já o PT externou que quer a vice. E pelo mesmo motivo do PSB. Se o prefeito decidir entrar na disputa em 2026 terá dois anos e nove meses com o comando da maior Prefeitura do Estado, que o partido comandou por três mandatos.
E é nesse cenário que João Campos está debruçado. Há quem diga que há outras formas de compensar o PT pelo apoio no Recife, dando sustentação a nomes em outras cidades importantes no Estado.
Mas os petistas, por hora, apontam que não há plano B para o Recife. Querem a vice e já tem até três nomes para ocupar o cargo, nas palavras do senador Humberto Costa: a da própria Liana Cirne, o próprio deputado Carlos Veras, e o ex-vereador Mozart Sales, preferido por uma parcela considerável do partido.
Fora disso, esse título de cidadão talvez não passe de flores do recesso parlamentar, que murcham com a retomada dos trabalhos em fevereiro. Ou melhor, depois do Carnaval.