Márcio Didier
Quase um ano de Governo e é incrível como qualquer coisa que envolva um pouco mais de conversa para ser aprovado no Legislativo termine se transformando em um cabo-de-guerra entre Poderes. E com o Governo saindo derrotado. O presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, já deu diversos sinais de insatisfação. Mas numa relação morde e assopra, também fez sinais de fumaça positivos à governadora, como no Ouvir para Mudar, em Garanhuns.
“Pode contar comigo. Fui (aliado) desde o primeiro momento e vou continuar firme. Vou lhe cobrar no seu gabinete, mas aqui é momento de fazer agradecimento”, disse Álvaro Porto, na ocasião.
Nesta quarta-feira, no entanto, após a confusão envolvendo a votação da LOA na Comissão de Finanças, o tom de Álvaro em seu discurso no plenário foi grave, de quem chegou ao limite da paciência.
Dois dos mais experientes da Casa condenam essa medição de forças. João Paulo e Antônio Moraes se mostraram preocupados com o caminho que está sendo traçado nessa relação de Poderes. Avaliaram como muito barulho sem necessidade, que poderia ser resolvido com uma boa conversa.
Um deputado de oposição joga a culpa para a governadora, que coloca secretários para tratar do caso com os presidentes de Poderes.
“Quem trata com secretários somos nós, deputados. Presidentes de poderes têm que tratar com a governadora”, avaliou o parlamentar.
A verdade é que, numa relação de medição de forças, pode até ter um ganhador, mas certamente haverá um perdedor, o povo, que sofrerá restrições no atendimento para que o dinheiro seja canalizado para cumprir os (des) acordos frutos dessa medição de forças.