A minissérie sem fim que está se transformando a votação do fim das faixas salariais. De um lado, o Governo que não cede uma vírgula colocada no texto original da proposta. Do outro, a oposição, que já perdeu duas batalhas para o governo nas comissões e que tem a possibilidade, nesta terça-feira, de ganhar a primeira, na Comissão de Segurança Pública e Defesa Social. No meio disso tudo, uma categoria insatisfeita e afirmando que não foi ouvida na construção da proposta.
Relatora da matéria no colegiado, a deputada Gleide Ângelo se reúne com deputados ligados à categoria momentos antes do início da sessão da comissão para finalizar a proposta que apresentará. No final da sessão plenária desta segunda-feira (22), disse que ainda estava vendo qual o melhor caminho a seguir entre as propostas que já foram apresentadas em outras comissões.
A matemática da Comissão de Segurança joga a favor da oposição. Dos cinco integrantes, apenas dois são governistas. Ainda assim, um deles, Fabrizio Ferraz, é o presidente e só vota para desempatar. A expectativa é que o placar fique em 3 (Gleide Ângelo, Joel da Harpa e Romero Albuquerque) a 1 (Antônio Moraes). Esse placar só corre o risco de ser alterado se algum deles não comparecer.
A governadora Raquel Lyra disse estar confiante na aprovação do projeto da forma como está. Ao participar da entrega de novos equipamentos aos bombeiros militares, disse que espera o fim da tramitação na Alepe.
“Vamos esperar a tramitação da casa e temos confiança de que ao final quem vai ganhar são as forças operacionais de polícia, de quem está na atividade e de quem não está na atividade também (inativos)”, destacou a governadora.
Confiança similar apresentava o vice-líder do Governo na Casa, Joãozinho Tenório, o líder do blocão criado para alterar postos nas comissões. Ao falar sobre a sessão desta terça-feira, disse que o Governo iria conversar, conversar e conversar, para buscar um consenso.
Caso seja aprovado um substitutivo na Comissão de Segurança, o projeto volta para a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, que só terá sessão na próxima terça-feira (30). O resultado dessa reunião, independente da proposta que for aprovada, vai a plenário somente na sessão seguinte.
Como dia subsequente é 1º de Maio, um feriado, e é possível que não tenha sessão no quinta-feira (2), há a possibilidade de o projeto só ir a plenário na semana seguinte. Ou seja, mais 15 dias nesse cabo-de-guerra.