Buscando no passado caminhos para o presente

Márcio Didier

Em momentos de estresse institucional, é sempre bom revisitar o passado, para refletir o presente e buscar o caminho no futuro. Em 1992, o Brasil perdeu Ulysses Guimarães, um homem que não fugia de um bom combate. Mas tinha no diálogo a sua maior arma. Certa vez, refletiu:

“Governar é encurtar distâncias. Governar é administrar pressões, e as pressões primárias e diretas são as do lugar onde se vive, trabalha, estuda, sofre e ama”

Desde o início da sua gestão, a governadora Raquel Lyra tem defendido com afinco as suas posições. Essa firmeza de postura no mais das vezes tem provocado atritos. Não que ela esteja errada em defender seus pontos. Pelo contrário, é preciso que isso seja feito. Mas há de se distanciar um pouco para ver que nem tudo precisa de um enfrentamento, de uma pendenga.

A relação nunca foi boa com a Assembleia Legislativa. E a situação entre os esses dois poderes só se deteriora. O episódio da conversa vazada do presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, só agravou uma situação que já estava muito ruim.

Mas os atritos com a Alepe são apenas um flanco entre os enfrentamentos que a governadora Raquel Lyra vem travando. Foi ao STF contestar o Orçamento aprovado pela Casa Legislativa, provocando desgaste com outras instâncias de poder em Pernambuco, como Ministério Público, Tribunal de Contas e Tribunal de Justiça.

Neste momento, trava uma batalha com as prefeituras, ao convocar servidores cedidos de volta para o governo. É até justo que faça isso. Inclusive, chamando os policiais militares cedidos a outros órgãos, para combater a violência no Estado. No entanto, nesse caso da convocação dos servidores, já sofreu uma derrota no TCE.

 São muitos embates abertos ao mesmo tempo. Há caminhos mais simples, menos desgastantes e mais saudáveis para resolver os atritos. Mais uma vez relembrando Ulysses Guimarães, “não se pode fazer política com o fígado, conservando rancor e ressentimentos na geladeira”.

É preciso dialogar sempre, com paciência, às vezes engolindo seco, mas sempre buscando a diálogo. Se a outra parte não quiser, aí sim parte-se para o confronto.   

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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