Márcio Didier
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao Recife, nesta quinta-feira (18), badalado pelos grupos que comandam o Governo do Estado e a Prefeitura da capital pernambucana. Ambos miram, além das parcerias administrativas, lógico, dividendos eleitorais não só este ano, mas para 2026, na eleição estadual. Uma situação muito parecida com uma disputa ocorrida há 20 anos, em 2006.
Naquele ano, dois ex-ministros do seu Governo desejam o apoio do bem avaliado presidente, que, assim como agora, disputaria a reeleição: Humberto Costa (Saúde) e Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia). Não teve problema. Em um comício (sim, os comícios já tiveram épocas áureas) em Brasília Teimosa, colocou cada um de um lado e erguem os braços de ambos. Pra quê ter um lado só, quando se pode ter os dois? Né, não?
Eleito naquela disputa, Eduardo parece ter aprendido direitinho a lição. Durante os oito anos dos seus dois mandatos abrigou quase todos os partidos e forças políticas do estado sob o seu guarda-chuva. Não importava a cor partidária, todos queriam surfar na popularidade de Eduardo Campos.
Na eleição de 2026, talvez o presidente Lula não consiga colocar no mesmo palanque Raquel e João Campos. Até porque comício é meio demodê para hoje em dia. Mas talvez lance mão de um artifício muito bem aplicado pela própria Raquel Lyra, em 2022. Como boa tucana que é, evitou declarar apoio a qualquer dos candidatos no segundo turno, deixando para a imaginação dos eleitores dos dois lados o nome do candidato que supostamente teria a sua simpatia.
E assim deverá ser o presidente Lula nas eleições do próximo ano. Onde houver bola dividida, buscará unir em seu favor. Já fez isso no passado e possivelmente o fará no futuro.
