Márcio Didier
O ex-governador Paulo Câmara encontrou, no Ceará, a sua praia. E não é Jericoacoara, Canoa Quebrada ou Praia do Futuro. Amante dos números, a presidência do Banco do Nordeste é o ambiente que queria para tocar o período pós-governo do Estado. Um motivo a mais para a sua satisfação foi o fato de a instituição ter atingido todas as suas metas para 2023 com 30 dias de antecedência.
Ao apresentar os resultados do banco, na sexta-feira (1º), Paulo Câmara pouco tinha em comum com o homem que deixou o Governo do Estado em 31 de dezembro de 2022. A cara sisuda, tensa e de desconforto foi substituída para um ar leve, sorridente, conversador, sem fugir das perguntas.
Indagado se pretende voltar a disputar um cargo público, disse que ainda não está claro. Que se fosse o caso, iria ver qual partido ingressaria. Perguntado se disputaria o Senado, afirmou que uma candidatura majoritária tem que ser discutida com outros autores. Mas não negou.
Enquanto não decide o futuro político, vai se deliciando com os números do Banco do Nordeste. Disse que o BNB já chegou a R$ 38 bilhões em contratações, número 20% superior a todo o ano de 2022, quando as operações ficaram em R$ 32,2 bilhões.
Acrescentou, ainda, que 51,5% dos contratos firmados em 2023 foram com micro e pequenos empreendedores de área rural ou urbana. Tanto de pessoas físicas, quanto jurídicas. E disse que pretende ampliar os contratos com esse grupo para 62%. “É um pedido do presidente Lula”, disse um Paulo muito afinado com o líder petista. Seria essa relação para um destino política? O futuro dirá.