Já se foi o tempo em que se dizia “mais organizado do que Partido Comunista”. A se tirar do bate-boca da reunião do Cidadania, legenda criada a partir do PPS, que, por sua vez, sucedeu o partido comunista, em 1992, a organização passou longe e deu lugar a um bate-boca gigante, com direito a palavras de baixo calão e termos pouco elogiosos entre os dirigentes, entre eles Daniel Coelho. Observando tudo, um atônito Cristóvão Buarque.
A reunião da Executiva Nacional da sigla, ocorrida no sábado à noite, e cujo vídeo o Estadão obteve, chegou ao fim com a vitória de um grupo de 13 dirigentes, que tentam trocar o comando da sigla pela primeira vez desde 1992. O posto é ocupado desde a criação do PPS ex-deputado federal Roberto Freire.
A mudança pode ocorrer se for cumprida resolução aprovada no sábado, por 13 votos a 10, para que o Diretório Nacional da sigla decida no dia 9 de setembro sobre a eleição de uma nova Executiva Nacional. Freire não pode se reeleger por uma mudança recente no estatuto.
No meio da reunião, Roberto Freire reclamou que a eleição antecipada de uma nova Executiva seria uma tentativa de expulsá-lo da sigla. O Estadão conversou com o dirigente, que falou que querem retirá-lo para “aderir ao governo Lula”.
“O que pretendem é me expulsar do partido. Querem me tirar, porque querem aderir ao governo Lula. Não vou reconhecer essa reunião do dia 9 de setembro como legítima” – Roberto Freire, ao Estadão.