Márcio Didier
Enquanto o campo de esquerda patina em Olinda, sem a definição de um nome para concorrer à Prefeitura do município, o prefeito Professor Lupércio e o nome que escolheu para sucedê-lo, a secretária Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Mirella Almeida, aceleram os movimentos de olho nas eleições. De articulação para tirar candidato do páreo à abertura do Congresso de Municípios da Amupe nada escapa do radar do gestor olindense.
No fim da noite desta segunda-feira (15), o então pré-candidato a prefeito pelo PDT, Manoel Sátiro, disparou pelo WhatsApp uma série de nove mensagens e um áudio informando que havia sido retirado da disputa por uma decisão do comando nacional da legenda, que, agora, caminhará com Mirella.
“Quero dizer a todos que não pensei que seria traído. Não foi pelos Queiroz (Wolney e José). Foi sim pelo, novamente, o presidente nacional (Carlos Lupi). Podia ter me chamado pra conversar com antecedência, explicar a situação, eu entenderia. Nem sequer me ligou. Mandou por Zap, que estava fora do contexto”, condenou a ação Manoel Sátiro, na mensagem de áudio enviada aos seus contatos.
Desde o ano passado que ele vinha trabalhando o seu nome, com o aval do partido. Mas a sua empreitada não suportou o peso das articulações do grupo que dá sustentação à pré-candidatura de Mirella, que em março filiou-se ao PSD, que, assim como o PDT, faz parte da base da governadora Raquel Lyra.
Mas o grupo de sustentação ao nome de Mirella não perde um espaço para apresentar o nome dela. Foi o caso da abertura do 7º Congresso Pernambucano de Municípios, organizado pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).
Diante de uma plateia formada por ministros de Estado, senadores, deputados federais, representantes de outros poderes, como prefeito anfitrião do encontro, o Professor Lupércio conseguiu encaixar na sua fala inicial, de saudação aos presentes, o nome de Mirella Almeida, destacando o trabalho dela durante a sua gestão.
Nenhum dos outros gestores aos discursarem na abertura citaram o nome dos seus colaboradores. Uma fala fora do contexto, do prefeito, em uma solenidade formal, de abertura de congresso.
Há mais de um ano o nome de Mirella vem sendo trabalhado para suceder o prefeito. Enfrenta um grande problema que é o desconhecimento. Por isso, essas tentativas de encaixá-la em qualquer oportunidade. No entanto, muitas vezes o publico não tem nada a ver com Olinda ou a sucessão na cidade e a fala se perde no vácuo, como na abertura do Congresso da Amupe. Nesses casos, o que acreditaria ser uma ação para potencializar Mirella acaba denotando uma ansiedade por não estar atingindo o objetivo, que é espalhar o nome da sua pré-candidata.