Márcio DIdier
Olinda e Recife completaram aniversário nesta terça-feira (12). Em 11 anos Olinda chegará 500 anos. O Recife, um pouco mais novo, completa em 13 anos. E a pergunta que fica é: qual a cidade que teremos ao chegar a meio milênio de vida?
Em 1988, quando foi eleito pela terceira vez prefeito de Curitiba, o arquiteto e urbanista Jaime Lerner iniciou uma série de intervenções na cidade. Já havia feito algumas, sempre com foco em humanizar a cidade, que em quatro anos chegaria a 300 anos de emancipação. Naquele mandato, investiu na construção de parques. Hoje com 330 anos, a capital paranaense é uma das cidades mais verdes do país e isso ajuda, inclusive, no marketing do turismo.
Apesar do caos no trânsito, dos problemas de infraestrutura, principalmente quando chove, e travas urbanísticas, o Recife tem procurado trilhar esse caminho de humanização da cidade. E é uma via sem volta, que só traz frutos positivos para o município. O Parque das Graças, inaugurado em sua totalidade nesta terça-feira (12), é um exemplo disso.
O que preocupa é Olinda. A cidade vem há alguns anos alimentando o caos urbano. Não há qualquer projeto, um rumo, que aponte para um futuro, que reforce o sentimento de pertencimento dos seus moradores ou que possa potencializar as suas belezas e tornar mais agradável a experiência de um turista que visita a cidade, por exemplo.
Olinda é uma das cidades mais bonitas do Brasil. Mas vem sendo muito maltratada.
Sem debate periférico
Nas eleições deste ano, este deveria ser o grande debate. Como vamos estar em 11 anos, quando a cidade estará completando 500 anos? E aqui vai um apelo aos candidatos. Esqueçam qualquer outro debate periférico, da pauta de costumes, de quem é rico ou liso, todas essas leseiras.
Debatam a cidade, que está definhando a cada ano. Olinda precisa ser cuidada! É urgente que quem conquistar a honra de comandar essa cidade tenha um novo olhar para cidade, que busque humanizá-la. Só desta forma poderá torná-la mais agradável para os seus moradores e, também, usar todo o potencial para atrair serviços e explorar o viés turístico, a sua maior vocação, apresentando um futuro mais próspero para a cidade.