O lado desigual da política

“Pés, pra que te quero, se tenho asas para voar” – Frida Kahlo

Márcio Didier

Num mundo de desiguais, a política talvez seja a área mais desigual. Embora as mulheres representem 52,49% do eleitorado brasileiro, elas ocupam, por exemplo, só 16% nas Câmaras de Vereadores e 12,1% nas prefeituras. Governadoras, só temos duas.  Números enviesados, desproporcionais. Mas se tem um lugar em que as mulheres não só honram a participação na política, como orgulham os seus conterrâneos, esse é Pernambuco.

Temos uma governadora que, no principal momento de sua vida pública, se viu viúva, mãe de dois filhos e com um Estado para cuidar. E vem enfrentando a cada dia a sua batalha. Questionamentos sempre vão surgir, principalmente num Estado com tradição machista como Pernambuco. Mas vem encarando as broncas que aparecem, ao lado da sua vice, Priscila.

Na Assembleia, apesar da redução na participação de dez parlamentares para seis, elas têm uma atuação forte e ativa tanto no plenário, como nas comissões da Casa. Como é o caso da deputada de primeiro mandato Dani Portela, que não se ausentou do trabalho no ano passado, mesmo quando já estava perto de ter o seu filho, Jorge.

Na Câmara Federal outros exemplos de dedicação ao mandato e eficiência no trabalho. Da bancada de 25 deputados federais, três são mulheres, todas de primeiro mandato. E duas delas, Iza Arruda e maria Arraes, conseguiram feitos que muitos parlamentares com vários anos na Casa nunca conseguiram: aprovar projetos de lei na Casa, justos e voltados para as necessidades das mulheres (veja as matérias abaixo).

E o que dizer da representante de Pernambuco no Senado Federal. Professora, olindense, Teresa Leitão não precisa levantar a voz para ser ouvida. Na reta final da campanha, sobre um acidente e ficou impossibilitada de andar. Mas já está recuperada e trabalhando e usando a sua experiência para ajudar o nosso Estado.

Nova disputa

Este ano a população vai às urnas. Mais uma vez, às mulheres caberá uma pequena parte no latifúndio político das chapas proporcionais, ou seja, os 30% obrigatórios por lei. Mas a cada eleição, elas vêm lutando para ampliar a participação. Às vezes dá certo, muitas vezes não. Mas sempre lutando pela igualdade de oportunidades.  

Em nome da minha esposa Iraneide e de minha filha, Maria, um feliz Dia da Mulher.

Veja os projetos das deputadas federais do Pernambuco: