Márcio Didier
A campanha eleitoral de 2024 só começa em 16 de agosto. Mas em Caruaru os principais pré-candidatos parecem nascidos de sete meses e já está com a marcha no canto de olho na Prefeitura. Os movimentos ocorridos nesta terça-feira (27) refletiram, inclusive, serviram de combustível para uma disputa que vem ocorrendo desde o ano passado e que vai durar até 2026.
Logo cedo, o prefeito e candidato à reeleição, Rodrigo Pinheiro, referendou uma decisão tomada dias antes, durante reunião com a governadora Raquel Lyra, de disputar a eleição pelo PSDB. Ele ainda tratou de mostrar os aliados que já tem para a disputa, o Avante e o Podemos.
Apesar de ter o prefeito em seu partido, a governadora encontrava um cenário favorável, em Caruaru, sua terra natal. Além de ter Rodrigo Pinheiro ao seu lado, ainda tem em sua base o PL, de Fernando Rodolfo, e o PDT, de José Queiroz. Pra onde o vento desse, ela tava bem.
Acontece que toda a ação precipita uma reação.
No dia seguinte à entrada do PDT no Governo do Estado, o presidente estadual da legenda, Wolney Queiroz, concedeu uma entrevista à Rádio Cultura do Nordeste, de Caruaru, em que disse que o ingresso no Governo não estava vinculado à Capital do Agreste.
No mesmo dia do anúncio de Rodrigo, que ficará no partido, o PSB do prefeito do Recife, João Campos, divulgou nota em que anunciava apoio a José Queiroz, delimitando, em Caruaru, terra de Raquel, os lados de uma eventual disputa futura pelo Governo do Estado, em 2026.
Do outro lado
No meio disso tudo, Fernando Rodolfo aproveitou a movimentação pró-Bolsonaro, no domingo, em São Paulo, para demarcar o seu campo de direita e colocando os adversários na esquerda. Rodolfo sabe que o bolsonarismo enfrenta muitas dificuldades em Pernambuco. Mas também tem em mente que a única região em que o ex-presidente teve um desempenho razoável foi no polo de confecções do Agreste, Caruaru incluído.
Uma terça intensa, com cara de campanha, antecipando e muito o 16 de agosto.