Articulação Semiárido Brasileiro celebra os 20 anos do Programa Cisternas

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) reúne, na próxima segunda-feira (13), mais de três mil pessoas entre agricultoras e agricultores, técnicos agrícolas e autoridades para celebrar a retomada do Programa Cisternas e os 20 anos da iniciativa. O evento será no Espaço Ciência, em Olinda (PE), região metropolitana do Recife, das 14h às 18h, e haverá shows musicais, apresentação de poetas e feira agroecológica. A entrada é gratuita.

Novos reservatórios

Durante o ato público, representantes da Fundação Banco do Brasil, do BNDES e da Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC) – braço jurídico da ASA para a implementação de projetos – assinarão dois termos de colaboração para a instalação de mais de 5 mil novos reservatórios. O acordo, que receberá um investimento de R$ 40 milhões, simboliza o reinício da implantação dos equipamentos depois de seis anos de estrangulamento da política de universalização da água no país.

Presenças

Participam da solenidade, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias; a secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Ramos Coelho; a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello; e o presidente da Fundação Banco do Brasil, Kleytton Guimarães Morais.

“Ao mesmo tempo que celebramos a inclusão do Programa Cisternas no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o aniversário de 20 anos dessa política pública exitosa, o ato público quer também chamar a atenção para a necessidade de ampliação do orçamento em pelo menos R$ 500 milhões ao ano. Assim, conseguiremos atingir a universalização do acesso à água no Semiárido até o fim deste mandato do presidente Lula”, afirma o coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), Antônio Barbosa.

De acordo com o MDS, está prevista para os próximos 20 meses a construção de mais de 50 mil cisternas para consumo e produção de alimentos, totalizando um investimento de R$ 400 milhões. Os reservatórios serão implantados em municípios presentes no Semiárido legal nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais.

Convivência com o Semiárido

O Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais (Programa Cisternas) foi lançado em 2003. A iniciativa é inspirada no “Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido: Um Milhão de Cisternas”, criado pela ASA em 1999. O objetivo é promover o acesso à água para o consumo humano e também garantir a famílias rurais de baixa renda a possibilidade de produção de alimentos saudáveis.

A cisterna é um equipamento de baixo custo, que originalmente tem capacidade para 16 mil litros, já chegou a mais de 1,2 milhão de famílias do Nordeste e de Minas Gerais, e hoje é referência mundial na democratização da água e no combate à desertificação.

Água para beber e produzir

Chamado de “Cisterna de Primeira Água”, o reservatório é feito de placas de cimento pré-moldadas e construídas ao lado das casas por pessoas da própria comunidade capacitadas nos cursos de pedreiros/as oferecidos pela ASA.

A cisterna tem o formato cilíndrico, é coberta e fica semienterrada. O seu funcionamento prevê a captação de água da chuva aproveitando o telhado da casa, que escoa a água através de calhas. Trata-se de uma tecnologia simples, adaptada à região semiárida e de fácil replicação.

Marco do programa

Um protótipo está instalado no Espaço Ciência como marco do Programa Cisternas e da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (COP 3). Durante o ato público quem não conhece terá a oportunidade de entender como funciona a tecnologia.

Outra modalidade de cisternas são as de “Segunda Água”, ou seja, aquelas utilizadas na irrigação de quintais produtivos e na criação de animais. Esses equipamentos são conhecidos como “cisternas-calçadão” e têm a capacidade de armazenar 52 mil litros de água.

Essa tecnologia capta a água da chuva por meio de um calçadão de cimento de 200 metros quadrado construído sobre o solo. Com essa área, 300 mm de chuva são suficientes para encher a cisterna.

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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