Há um ano, Pernambuco elegia a sua primeira mulher governadora. Após uma campanha que por vezes era apostada como azarão e uma tragédia no meio do percurso, Raquel Lyra chegou ao Palácio do Campo das Princesas ao derrotar Marília Arraes no segundo turno.
Durante toda a campanha, incluindo o segundo turno, Raquel Lyra exercitou toda a cartilha tucana de ficar em cima do muro para evitar nacionalizar o pleito estadual. Não se dizia ligada nem a Lula, nem a Bolsonaro. E foi se esquivando, se equilibrando entre as duas bandas radicalizadas da política nacional e ganhou a disputa.
Mudança
Mas essa estratégia vem mudando rapidamente. Desde o início da gestão e com o Governo Lula dando sinalizações positivas para a economia e, principalmente, para Pernambuco, Raquel Lyra já não se esconde da parceria com o petista. Vez por outra aparece ao lado do presidente em uma foto.
E não sem motivo. Foi durante o Governo Lula, em parceria com Eduardo Campos, que o Estado experimentou grandes momentos de crescimento. Agora, com quatro ministros pernambucanos, a possibilidade de parcerias entre os governos federal e estadual é bem maior e começam a chegar, principalmente, na área de infraestrutura.
Disputa pela imagem
O que não deixa de ser curioso é a disputa pela imagem Lula entre os dois principais pré-candidatos ao Governo do Estado em 2026. Na última sexta-feira, tanto Raquel como o prefeito do Recife, João Campos, fizeram questão de usar as redes sociais para parabenizar o petista pelo seu aniversário.
Com o nome de Lula sempre forte em Pernambuco, a eleição de 2026 corre o risco de repetir a disputa de 2006, quando o petista teve dois palanques no Estado, chegando, inclusive, a fazer um comício com Eduardo Campos de um lado e Humberto Costa do outro. A diferença é que, agora, a relação não é amistosa como naquele ano.