Novo terminal de contêineres de Suape começa a operar em 2026

Um desejo antigo de Pernambuco que começa a sair do papel no próximo ano e que vai operar a partir de 2026. O novo terminal de contêineres no Complexo Industrial de Suape foi anunciado nesta segunda-feira (16) pela governadora Raquel Lyra, pelo ministro de Portos e Aeroportos e pela direção da APM Terminals, subsidiária da A.P Moller-Maersk, que será a responsável pela implantação do parque ao custo de 1,6 bilhão.

Atualmente Suape opera 480 mil contêineres e a expectativa é que, com a nova operação, esse número será ampliado, logo de início, em 50%. Durante o período de obras – aproximadamente dois anos – serão gerados 500 empregos diretos e dois mil indiretos. Quando o terminal estiver em operação, vai gerar 350 postos de trabalho diretos e 1,4 mil indiretos.

“Esse investimento garante mais competitividade para o Porto de Suape. A ampliação permitirá que Pernambuco se reposicione do ponto de vista logístico tanto para o Brasil quanto para o mundo. O novo terminal vai permitir que o Estado possa quintuplicar todos os containers, para que possa receber mais carga, ampliando a geração de novos negócios”, destacou Raquel Lyra.

O ministro Silvio Costa Filho, em seu discurso, afirmou que o Porto de Suape “é um ativo do nosso estado, um ativo do nordeste e é um ativo do Brasil”.

“Esse novo terminal vai colocar Pernambuco no hub internacional, fazendo com que a gente possa ampliar as exportações do Estado e do Nordeste, para o Brasil. Essa iniciativa dialoga com o conjunto de intervenções que estão sendo feitas pelo governo federal, em parceria com o Governo do Estado”, afirmou o ministro Silvio Costa Filho.

Com ocupação prevista em uma área de cerca de 50 hectares, hectares em uma área administrada anteriormente pela Estaleiro Atlântico Sul (EAS), o terminal terá capacidade inicial de movimentar, anualmente, 400 mil TEUs (medida-padrão utilizada para calcular o volume de um contêiner de 20 pés), podendo ultrapassar a marca de 1,3 milhão de TEUs anuais quando estiver em pleno funcionamento. O empreendimento possibilitará mais conexões com os principais portos do mundo, além de incrementar o volume de movimentação de cargas de cabotagem.

“Este será o primeiro terminal 100% eletrificado na América Latina. Todos os equipamentos serão elétricos, com tecnologia e processos de ponta, como um sistema completo de gestão ambiental, gestão de resíduos, tratamento de águas residuais e modelagem de fluxo de águas subterrâneas para controle de poluição. Também terá rede 5G própria, que possibilitará transmitir informações em tempo real para os clientes, 24 horas por dia, sete dias por semana”, ressaltou o diretor-presidente da APM Terminals Suape, Aristides Russi Junior.

Atualmente, o complexo possui mais de 80 empresas que participam, de maneira coletiva, da agenda de desenvolvimento para o estado de Pernambuco. O empreendimento será administrado pela APM Terminals, empresa do grupo da A.P. Moller – Maersk, grupo de referência no mundo, que atua em mais de 130 países.

“O porto, que tem posição geográfica estratégica, com sete capitais nordestinas situadas num raio de 800 quilômetros, concentrará volumes ainda maiores de cargas conteinerizadas a serem distribuídas na região e no restante do País, com significativa redução de custos, tornando-se mais competitivo”, enfatizou o diretor-presidente da estatal portuária, Marcio Guiot.

De acordo com estudos da APM Terminals, a previsão do setor é de que, até 2030, Suape tenha aproximadamente 5% do share de movimentações no Brasil, um dado bastante relevante que reforça o potencial do atracadouro. O porto é o 6º em movimentação de carga do País e conta com localização estratégica, o que favorece a criação de rotas de longo curso (com origem nos estados e nos países da União Europeia) e o incremento no transporte de cabotagem, sobretudo entre os portos da região Norte.

O novo terminal é resultado do revocacionamento dos estaleiros do cluster naval de Suape, após a venda de parte da área pertencente ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS). O processo teve desfecho com a realização de um leilão, em julho de 2022, quando a Maersk cobriu a maior oferta com um valor de R$ 455 milhões. Esse resultado já foi homologado pela Justiça Federal para o pagamento de parte do passivo aos credores do EAS.

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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