A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pernambuco, nesta terça-feira (2), vai além dos palanques montados em Suape e no município de Cupira. Será mais um capítulo da disputa que há meses vem sendo travada entre a governadora e pré-candidata à reeleição, Raquel Lyra, e o prefeito do Recife e pré-candidato ao Governo, João Campos, no cenário de 2026. E nessa briga nada pode ser desprezado, principalmente um ativo eleitoral como o presidente Lula, em um estado em que ele venceu 183 dos 184 municípios na eleição de 2022.
A governadora anunciou que estará presente nas agendas de Lula no estado. Às 11h, acompanha o presidente na ampliação da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca. À tarde, às 16h, participa da inauguração da Barragem Panelas II, em Cupira, e da assinatura da ordem de serviço para retomar as obras da Barragem Igarapeba, em São Benedito do Sul. As entregas integram o sistema de controle de cheias dos rios Una e Sirinhaém, com foco na segurança hídrica da Mata Sul. Na última visita de Lula, em agosto, a governadora não estava presente pois participava do Ouvir para Mudar em Ouricuri, no Sertão.
João Campos, por sua vez, cumpriu agenda pela manhã no Recife, vistoriando as obras do Parque Linear do Rio Pina. Após a vistoria, o prefeito embarcou para retornar a Pernambuco no avião presidencial, movimento calculado para reforçar sua imagem de proximidade com Lula. A estratégia combina ações urbanas visíveis com gestos simbólicos dirigidos ao eleitorado lulista.
Na visita de agosto, em Brasilia Teimosa, João Campos aproveitou a ausência de Raquel Lyra para sublinhar sua relação histórica com Lula. No discurso, afirmou: “Eu era menino, quando o presidente veio oito vezes em Pernambuco e meu pai (Eduardo Campos), como governador, o recebeu todas as vezes. Eu quero dizer, presidente, que onde o senhor estiver no meu estado, na minha cidade, eu estarei ao seu lado defendendo o seu nome e dizendo que eu sou um soldado do senhor”, alfinetou, na ocasião.
A força de Lula
Com Lula recuperando popularidade, a disputa pelo direito de representar seu legado no estado ganhou novo peso. A governadora tenta associar sua gestão a entregas estruturantes, enquanto João Campos trabalha para ampliar a percepção de alinhamento ao presidente por meio de presença constante e gestos públicos.
Nos próximos meses, a política estadual tende a ser guiada não apenas por obras, programas e discursos, mas também pela habilidade de cada pré-candidato em demonstrar sintonia com o presidente. Em Pernambuco, esse é um ativo que continua a reorganizar estratégias, agendas e significados — e a visita desta terça-feira apenas evidencia o tamanho dessa disputa.
Veja também:

