O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), cumpre 16 mandados de busca e apreensão contra um grupo suspeito de inflar o eleitorado de Riacho das Almas. A operação é realizada em conjunto com a Promotoria de Justiça Eleitoral da 41ª Zona Eleitoral e com as Polícias Civil e Militar.
Segundo as informações iniciais, foram identificados 14 indivíduos e duas pessoas jurídicas como alvos da Operação Domicílio Fantasma nas cidades de Riacho das Almas e Caruaru. Entre eles estão vereadores eleitos, suplentes e candidatos que concorreram às eleições municipais de 2024.
A investigação aponta para um esquema de corrupção de eleitores mediante ofertas em dinheiro e promessas de vantagens futuras. O grupo atuava para transferir eleitores de Caruaru e municípios vizinhos, com o objetivo de alterar artificialmente o eleitorado de Riacho das Almas. Ao menos 700 pessoas já foram identificadas como cooptadas pelo esquema. O número representa o equivalente a quase 6% do total de eleitores aptos no município nas eleições de 2024, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral.
Como funcionava o esquema
“Em troca da oferta em dinheiro, a organização obtinha documentos pessoais e ‘selfies’ dos eleitores. De posse desse material, um núcleo operacional centralizado submetia requerimentos de transferência em massa pelo sistema Título Net, usando comprovantes de residência falsificados para ludibriar a Justiça Eleitoral”, descreveu o coordenador do Gaeco, Promotor de Justiça Roberto Brayner.
Os investigados respondem pelos crimes de organização criminosa, inscrição fraudulenta de eleitor, corrupção eleitoral, falsificação de documento e uso de documento falso. As penas somadas ultrapassam 27 anos de reclusão, além de inelegibilidade. O MPPE informou que novos envolvidos podem ser identificados à medida que a análise do material apreendido avançar.
Materiais apreendidos em Riacho das Almas
Nos endereços dos alvos, foram recolhidos dispositivos eletrônicos, documentos e dinheiro em espécie. Todo o material será encaminhado para a sede do Gaeco Agreste, em Caruaru, para subsidiar as próximas etapas da investigação. A avaliação preliminar indica que parte dos arquivos digitais contém listas com nomes, valores pagos e orientações operacionais.
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