Texto atualizado às 12h40, com a resposata da Prefeitura
A Prefeitura de Olinda, definitivamente, tem um grave problema com prazos. Obras começam e extrapolam o prazo para que seja finalizada, quando não são “esquecidas”. O exemplo mais recente é a Praça Duque de Caxias, mais conhecida como Praça do Quartel, no Bairro Novo. No dia 8 de setembro, a gestão municipal iniciou a interdição de um trecho da Avenida Ministro Marcos Freire, nas imediações da praça, com a previsão de reabertura em 20 dias.
A praça até foi entregue. Com atraso e ainda com detalhes a ajustar, mas entregue. Passados 42 dias, no entanto, o trecho continua bloqueado, provocando transtorno no já caótico trânsito da cidade. Tamanha demora já levou a moradores a temerem o fechamento definitivo da via. Uma leitora do marciodidier.com.br, inclusive, chegou a questionar a um agente de trânsito na região, que garantiu que a via não será reaberta. A prefeitura nega. Diz que falta apenas a pintura do novo trecho para que a avenida seja liberada.
Perto da praça, o calçadão inacabado
Mas não é apenas esta obra que parece não ter fim. Perto dali, a requalificação do calçadão da Beira-Mar parece não ter fim. Anunciada em 26 de setembro de 2024, às vésperas do primeiro turno das eleições do ano passado, a execução, segundo o então prefeito Lupércio, duraria seis meses, ao custo de mais de R$ 3 milhões e contemplaria o trecho até a Praça do Quartel. Mais de um ano depois do anúncio, obra, quando caminha, vai a passos lentos. Muito lentos. Quase parando.
Mas quem parou, ou melhor, parece ter morrido sem nem ter nascido foi o Binário da Getúlio Vargas. Anunciado em 2023 como a maior obra de mobilidade da história de Olinda, o projeto prometia revolucionar o trânsito entre Bairro Novo e Casa Caiada. A proposta era simples e eficiente: transformar a Avenida Getúlio Vargas em via de mão única – no trecho entre a Praça 12 de Março e o Hotel 4 Rodas -, criando uma circulação em sentido contrário pela Rua Cândido Pessoa. Com isso, os carros teriam duas faixas exclusivas, os ônibus contariam com corredor próprio e os ciclistas, com ciclovia bidirecional segura. O investimento previsto, que variava entre R$ 35 milhões e R$ 55 milhões, também incluía melhorias urbanas e estímulo ao comércio local.
Mas, passado mais de dois anos, o que se vê é silêncio e abandono. Nenhum cronograma foi atualizado, as placas sumiram e a população sequer sabe se a obra segue de pé. A promessa de fluidez no tráfego e de integração entre modais virou apenas mais um capítulo do extenso repertório de projetos interrompidos em Olinda. Enquanto isso, a Getúlio Vargas continua como sempre: congestionada, mal sinalizada e sem o mínimo traço da transformação que, um dia, foi vendida como símbolo de modernidade e eficiência.
Todos esses atrasos poderiam ser explicados se a prefeita eleita, Mirella Almeida, fosse de oposição à antiga gestão. Mas ela ocupou diversas secretárias e foi a escolhida pelo ex-prefeito Lupércio para a sua sucessão. Ela tinha plena consciência da situação da prefeitura dos projetos, pois sempre foi colocada como um dos principais nomes da administração. Não se justifica tamanho retardo em todos os setores do município. É uma gestão de quase nove anos (oito de Lupércio e quase um de Mirella) e que não está conseguindo entregar o que começou.
Resposta da Prefeitura
Em nota ao marciodidier.com.br a Prefeitura de Olinda afirmou que o trânsito na praça será reaberto em 10 dias. Também fala sobre o calçadão, mas não sobre o binário.
Segue a nota:
A Prefeitura de Olinda, por meio da Secretaria de Obras, informa que o trecho localizado nas imediações da Praça Duque de Caxias será reaberto em até dez dias. O local encontra-se em período de cura do novo piso e, em seguida, receberá a instalação de balizadores para garantir melhor mobilidade e segurança a condutores e pedestres.
Quanto à requalificação da orla, a gestão esclarece que o trecho segue recebendo serviços de melhoria estrutural e vem avançando para mais pontos, assim como outras obras em execução em diferentes pontos da cidade.
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