A praticamente um ano das eleições governadora Raquel Lyra tem se desdobrado para, de um lado, cuidar do Estado, com entregas e buscando tocar soluções para os problemas de Pernambuco, que são muitos e complexos, e, do outro, tratar dos apoios políticos, de olho na reeleição. No dia em que sofreu uma baixa na sua base, ao perder o prefeito de Xexéu e presidente do Consórcio Público de Municípios da Mata Sul (Comsul), Thiago de Miel, a governadora anunciou a filiação ao PSD do prefeito de João Alfredo, José Martins (até então do PSB) , que tem ligação histórica com o arraesismo.
Esse movimento mexeu com o quadro de prefeitos, fazendo do PSD o maior partido em número de prefeitos em todos os tempos na política pernambucana, com 71 filiados à sigla. Os articuladores políticos do Governo afirmam que, hoje, Raquel conta com o apoio de 145 gestores na sua base aliada.
Crescimento do PSD
Desde que se filiou ao PSD, em 10 de março passado, assumindo também o comando da legenda em Pernambuco, Raquel Lyra tem trabalhado para ampliar o tamanho da legenda no Estado. Nas eleições de 2024, o partido ficou na quinta colocação em número de prefeitos. Então legenda da governadora, o PSDB elegeu o maior número de gestores municipais, com 32. Todos eles, no entanto, migraram para o PSD.
Na briga surda contra o prefeito do Recife e pré-candidato ao Governo em 2026, João Campos, Raquel leva vantagem na base de gestores. O PSB saiu das urnas com 31 prefeitos, mas perdeu 10 e está com 21.
Essa movimentação é apenas um capítulo dos muitos que vão construir a disputa de 2026. A ampla base de prefeitos traz uma responsabilidade muito maior para a governadora, pois as cobranças deles serão proporcionais ao apoio oferecido.
Além disso, eleições passadas servem de alerta. Em 1996, Miguel Arraes colocou anúncio nos jornais listando os mais de 110 prefeitos eleitos na sua base. Dois anos depois perdeu a reeleição para Jarbas com mais de um milhão de votos de diferença. Em 2006, Mendonça Filho buscava a reeleição com mais de 100 gestores em sua base, mas foi derrotado por Eduardo Campos.
Ainda distante do pleito, essa construção da governadora Raquel Lyra, no entanto, é um movimento estratégico e importante na disputa pré-eleitoral de 2026.
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