Álvaro Porto acusa governo estadual de terceirizar responsabilidades e cobra mais eficiência

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB), criticou nesta terça-feira (16) o discurso do governo estadual que atribui à oposição a responsabilidade pelo atraso na execução de obras e investimentos. Segundo ele, essa narrativa seria uma estratégia para “esconder a incompetência da gestão”.

“O atual governo, como se sabe, vem terceirizando responsabilidades desde que assumiu. Já jogou culpa nas costas da gestão anterior e agora acusa a oposição. De proveitoso nessa narrativa só mesmo o fato de que Pernambuco precisa e espera, de verdade, que a gestão corra atrás do prejuízo. Afinal, depois de dois anos e quase nove meses o que se vê é atraso, ineficiência e incapacidade de fazer até mesmo licitações. O estado vive hoje entre anúncios e manchetes, enquanto o povo quer ação e entregas”, declarou Porto.

Empréstimos autorizados

Entre 2023 e 2025, a Alepe aprovou, com aval da oposição, mais de R$ 10 bilhões em autorizações de crédito solicitadas pela gestão estadual. Desse total, pouco mais de R$ 2,8 bilhões foram efetivamente captados até agora. Para Porto, esse dado comprova a dificuldade da administração em viabilizar os recursos.
“Quem está atravancando o desenvolvimento de Pernambuco? A oposição ou a gestão que, mesmo com crédito autorizado, não consegue o dinheiro?”, questionou.

O deputado ressaltou que a função da Assembleia é fiscalizar e cobrar informações sobre a aplicação dos recursos. Ele rebateu a tese do governo de que a oposição atuaria para atrasar o crescimento do estado. “O governo, convenientemente, prefere inflar o seu discurso afirmando que existe uma ação deliberada da oposição para atrasar o crescimento do estado. Porém, o que acontece, na verdade, é que a oposição, usando a prerrogativa de fiscalizar, se recusa a dar carta branca para uma gestão que tem se revelado lenta e ineficaz”, disse.

Críticas à estratégia do governo

Na avaliação de Porto, a construção de um discurso de vitimização pode até ter impacto político, mas não convence a população que depende de serviços de saúde, educação e segurança. “As pessoas esperam ter suas necessidades atendidas. E para que isso aconteça com eficiência, lá na ponta, é dever de quem tem mandato zelar pela aplicação adequada do dinheiro público”, afirmou.

O parlamentar destacou ainda que a recente tramitação do projeto que autorizou a contratação de R$ 1,5 bilhão em novos empréstimos foi utilizada pela gestão como argumento para reforçar o que ele classificou como uma estratégia de vitimização. “Nossa expectativa é que, de fato, a gestão corra atrás do prejuízo e diga a que veio”, concluiu.

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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