A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) lançou o Data Nordeste, plataforma digital que centraliza indicadores sociais, econômicos e ambientais da região. O ambiente foi criado para facilitar o acesso a informações antes dispersas, apoiando a formulação de políticas públicas, decisões empresariais, pesquisas científicas e o acompanhamento pela sociedade. O portal pode ser acessado através do site da Sudene: www.gov.br/sudene.
O Data Nordeste disponibiliza séries históricas e painéis de dados em áreas como saúde, educação, economia, renda e meio ambiente. O portal cobre recortes territoriais estratégicos, como o Semiárido, o bioma Caatinga e toda a área de atuação da Sudene. O desenvolvimento contou com apoio técnico do Observatório da Caatinga e Desertificação da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, destacou que a iniciativa amplia o acesso a evidências necessárias para governos e empresas. “Informação é essencial para a tomada de decisão, para a produção de políticas públicas, para as decisões empresariais. Esse portal ajuda a fazer isso”, afirmou.
A programação do lançamento contou com palestra do pesquisador e empreendedor Ricardo Cappra, referência internacional em cultura analítica. Ele observou que mais de 70% das decisões de negócios ainda não se baseiam em dados. “Quando a narrativa pesa mais que os dados, há manipulação da realidade; quando os dados se sobrepõem sem contexto, perdemos a compreensão do que está em jogo”, disse.
Segundo Cappra, o Data Nordeste contribui para democratizar informações e fortalecer a análise crítica. “Vivemos em uma geração hiperinformada. Nesse cenário, o portal instrumentaliza uma sociedade orientada por evidências”, completou.
Estrutura do portal
O ambiente foi planejado para atender diferentes públicos. Gestores podem acessar mapas interativos e painéis temáticos para planejar políticas públicas; empresários encontram informações sobre infraestrutura e mercados; pesquisadores têm acesso a dados organizados para análises acadêmicas.
Entre os recursos disponíveis estão dashboards multitemáticos com análises automáticas, boletins temáticos sobre desenvolvimento regional, narrativas visuais de estatísticas (datastories) e aplicações georreferenciadas, como o SigMapas e o Observatório da Caatinga e Desertificação (OCA).
A geógrafa Ludmilla Calado, integrante da equipe da Sudene, ressaltou a segurança técnica da plataforma. “É um ambiente inovador, dinâmico e integrado, pensado para transformar estatísticas em conhecimento acessível e estratégico”, disse.
Parcerias institucionais da Sudene
O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, ressaltou o impacto do projeto na formulação de políticas públicas regionais. “Esse é um passo muito importante dado pela Sudene. Plataformas como essa ampliam o acesso a dados contínuos e estruturados, que permitem aos brasileiros conhecer melhor o nosso território”, declarou.
O professor John Cunha, da UFCG e coordenador do Observatório da Caatinga e Desertificação, também destacou o papel da universidade pública na construção do Data Nordeste. “Ele oferece evidências sobre o território, ajuda a identificar áreas prioritárias para a ação e garante transparência em um momento em que a verdade nem sempre está evidente”, afirmou.
O evento de lançamento contou ainda com a presença de representantes do setor produtivo, órgãos públicos e comunidade acadêmica.
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