A maioria dos deputados estaduais aprovou, nesta terça-feira (9), a versão original do pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão encaminhado pelo Governo de Pernambuco. A proposta, apresentada pela governadora Raquel Lyra (PSD), foi confirmada em votação no plenário da Assembleia Legislativa (Alepe) após a rejeição dos substitutivos defendidos pela oposição.
A decisão ocorreu após semanas de debates em comissões e mobilização da base governista para garantir a tramitação. Apenas o deputado Waldemar Borges (PSB), autor do substitutivo que previa a destinação de metade do valor aos municípios, votou contra.
Substitutivos rejeitados no plenário
O Projeto de Lei Ordinária nº 2692/2025 foi votado em etapas. Primeiro, o plenário derrubou o substitutivo da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ), relatado por Waldemar Borges. Na sequência, também foram rejeitados o substitutivo da Comissão de Finanças, apresentado pelo deputado Antonio Coelho (UB), e uma emenda do deputado Edson Vieira (UB).
O substitutivo da CCLJ da Alepe previa três mudanças: duas ligadas à transparência, com entrega de relatórios periódicos à Alepe, e outra para garantir que R$ 750 milhões fossem destinados a projetos estruturadores de educação, saúde ou aquisição de bens nos municípios.
Na votação simbólica, a maioria da oposição também votou a favor da proposta do Executivo, reconhecendo a necessidade dos investimentos. Waldemar Borges manteve posição contrária: “Empréstimo sem controle social, sem transparência, sem publicização da sua execução, eu não voto”.
Pedido chegou à Alepe em março
O projeto foi protocolado na Alepe em 21 de março pela vice-governadora Priscila Krause (PSD), que estava no exercício do cargo. Segundo o Executivo, os recursos serão destinados a obras de infraestrutura, entre elas a construção do Arco Metropolitano e a duplicação da BR-232.
A tramitação foi marcada por embates. Parlamentares da oposição cobraram explicações sobre empréstimos anteriores, que somam R$ 9,2 bilhões já autorizados, e criticaram o atraso no pagamento das emendas parlamentares. A proximidade da eleição de 2026 também ampliou o embate político.
Durante a análise, o Governo enviou informações complementares e iniciou a liberação de emendas, numa tentativa de reduzir resistências. A governadora Raquel Lyra defendeu reiteradas vezes o novo crédito e afirmou que os oposicionistas tentavam atrasar investimentos estratégicos no Estado.
Segunda votação nesta quarta-feira
Por se tratar de operação de crédito, o texto ainda precisa passar por uma segunda votação no plenário, marcada para esta quarta-feira (10). Caso seja aprovado novamente, seguirá para sanção da governadora.
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