O assessor especial da governadora Raquel Lyra, Manoel Pires Medeiros Neto, divulgou uma nota pública nesta quarta-feira (20) após ser citado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), como autor de uma denúncia anônima contra a deputada Dani Portela (PSOL). No texto, ele confirmou a autoria, mas rejeitou as acusações de que teria cometido qualquer irregularidade, afirmando que apenas exerceu o direito de cidadão e jornalista.
“Não me intimidarei à velha política”, destacou logo na abertura do documento. Segundo Medeiros Neto, a denúncia apresentada tinha como objetivo levantar possíveis indícios de irregularidades para investigação dos órgãos competentes. “Como jornalista, esse sempre foi o meu caminho. É e continuará sendo. Nesse âmbito, recebi com surpresa o fato de a Polícia Legislativa do Estado de Pernambuco ter sido acionada para me investigar – simplesmente porque, repito, no exercício da minha cidadania, levantei e solicitei aos órgãos competentes apuração sobre indícios de irregularidades”, escreveu.
Ele também criticou a forma como os dados da apuração vieram a público. “Tudo isso fora do horário de expediente e nas dependências de um shopping center, como expuseram os dados da investigação legislativa a que fui ilegalmente submetido”, registrou. Em outro trecho, reforçou: “Fui invadido e exposto simplesmente por denunciar um possível esquema de corrupção.”
Medeiros vê tentativa de intimidação
O assessor afirmou ainda que as declarações de Álvaro Porto representaram tentativa de intimidação. “Diante das ameaças veladas, das acusações levianas e da tentativa de criminalizar o livre exercício da minha cidadania e do meu ofício jornalístico levantadas hoje pelo presidente do Poder Legislativo estadual (…) me posiciono rechaçando as tentativas de intimidação e – mais importante – sublinhando a necessidade de proteção à minha integridade física – e dos meus”, acrescentou.
Na conclusão da nota, Manoel Medeiros Neto expressou confiança no andamento das investigações. “Por fim, tenho a confiança de que as denúncias serão apuradas como se deve. Pernambuco não se dobrará à velha política. A intimidação – típica dos tempos de regimes totalitários – precisa ficar pra trás.”
Até o momento, o Governo de Pernambuco não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
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