Olinda perdeu uma de suas principais referências políticas. Faleceu neste domingo (17) de causas naturais, aos 83 anos, o ex-vice-prefeito Marcílio Domingues da Silva, que exerceu o cargo entre 1989 e 1992. O velório será nesta segunda-feira (18), a partir das 14h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista e a cremação ocorre às 16h.
A Prefeitura de Olinda decretou luto oficial de três dias em homenagem a Domingues, que também foi secretário de Planejamento do município. “Recebemos com bastante pesar a notícia do falecimento de Marcílio Domingues. Conhecido pela grande dedicação na vida pública, Marcílio foi vice-prefeito de Olinda durante os anos de 1989 a 1992. Ele também atuou como secretário de Planejamento do município”, informou a gestão municipal, em nota oficial.
O ex-senador Roberto Freire, amigo de longa data, também prestou homenagem. “Perdi um grande amigo, ser humano de muita dignidade e decência e camarada dos melhores, o pernambucano Marcílio Domingues. Amizade de uma vida que começou tão logo ingressamos na Faculdade de Direito do Recife no início da década de 60, que pelo seu encantamento hoje, será sentimento de perda, apenas memória e saudosa lembrança. Um fraternal abraço na sua família, amigos e camaradas que para além de gostarem lhe admiravam”, escreveu em suas redes sociais.
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— Roberto Freire (@freire_roberto) August 17, 2025
Domingues começou militância na faculdade
Nascido no Recife em 15 de setembro de 1941, Marcílio Domingues foi o sétimo filho de Edgar Domingues da Silva e Querobina Avelar da Silva. Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde iniciou militância política ao lado de Roberto Freire e Byron Sarinho, no ambiente que aproximava estudantes das ideias do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Sua atuação começou no jornalismo, com passagens pelo Jornal do Commercio e pelo Última Hora. Em 1962, recebeu menção honrosa no Prêmio Esso por reportagem sobre as condições do Hospital Pedro II. No mesmo período, integrou o Movimento de Cultura Popular (MCP), liderado por Germano Coelho, colaborando no projeto de Educação pelo Rádio.
Ainda na década de 1960, assumiu funções na Secretaria de Educação de Pernambuco, na gestão de Miguel Arraes, e, em seguida, no gabinete do então prefeito do Recife, Pelópidas Silveira. Também acumulou experiência técnica na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), onde atuou em diferentes períodos, chegando ao cargo de diretor de Administração Geral.
Vice-prefeitura de Olinda e liderança partidária
Em 1989, Domingues foi eleito vice-prefeito de Olinda pela Frente Popular, em uma chapa que uniu PMDB, PSDB, PMN, PCB e PCdoB. Na década de 1990, integrou a fundação do Partido Popular Socialista (PPS), após o fim do PCB, e tornou-se uma das principais lideranças da legenda em Pernambuco.
Durante a gestão de Germano Coelho na Prefeitura de Olinda (1994-1995), assumiu a Secretaria de Planejamento. Mais tarde, foi nomeado diretor de Operações do Detran-PE no governo Miguel Arraes, liderando o processo de modernização do órgão.
A carreira pública também incluiu passagens pela Secretaria de Administração da Prefeitura do Paulista, pela Secretaria de Governo de Jaboatão dos Guararapes e pela assessoria parlamentar no Senado Federal e na Câmara dos Deputados, em apoio a Roberto Freire e Raul Jungmann. Mais recentemente, integrou o conselho político do então governador Paulo Câmara.
Vida pessoal e legado
Em 1968, Marcílio Domingues casou-se com Teresa (Tetê), assistente social que atuou pela humanização do sistema carcerário em Pernambuco. Com ela teve três filhos — Luciano, Cristiano e Juliano — e seis netos.
A trajetória de Domingues foi marcada pela participação em movimentos democráticos e pela defesa de valores republicanos. Colegas e amigos destacam sua coerência, honestidade e dedicação às causas populares, qualidades que o consolidaram como referência na política pernambucana.
“Perdi um grande amigo, ser humano de muita dignidade e decência e camarada dos melhores, o pernambucano Marcílio Domingues. Amizade de uma vida que começou tão logo ingressamos na Faculdade de Direito do Recife no início da década de 60, que pelo seu encantamento hoje, será sentimento de perda, apenas memória e saudosa lembrança. Um fraternal abraço na sua família, amigos e camaradas que para além de gostarem lhe admiravam”, destacou o ex-senador Roberto Freire, numa postagem no X (antigo Twitter).
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