Ângela Belfort
Movimento Econômico
O Seminário Conexões Transnordestina – A Ferrovia que Moverá Pernambuco – foi iniciado, na manhã desta quinta-feira em Salgueiro, com empresários e políticos – defendendo uma mobilização dos diversos setores da sociedade como forma de contribuir para que este projeto saia do papel e contribua, efetivamente para o desenvolvimento da economia de Pernambuco. Na abertura do evento, o presidente do Movimento Econômico e do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro; o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, e o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, defenderam o projeto como fundamental para melhorar a competitividade de Pernambuco.
O evento é o primeiro de sete seminários a serem realizados numa iniciativa conjunta do Movimento Econômico em parceria com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). “A Transnordestina vai catalisar um sem-números de atividades econômicas na região: no gesso, na fruticultura, na relevância de integrar o Porto de Suape”, comentou Eduardo. E complementou: “não podemos ficar a reboque dessa importante agenda de desenvolvimento que o modal ferroviário vai nos trazer”.
Durante o evento, Danilo Cabral revelou que pretende os seminários tem a finalidade de compartilhar as informações sobre a Transnordestina, escutando as pessoas para aprimorar os projetos que ainda vão ser realizados, mas sobretudo mobilizando, “unindo Pernambuco, juntando as lideranças políticas, empresariais, a academia, o setor produtivo, para que a gente possa ajudar o presidente Lula a realizar essa obra num tempo o mais rápido possível”.
Danilo argumentou que a discussão política não faz parte dos seminários. Na sua apresentação, o superintendente disse que a Sudene pode fazer uma articulação e financiar parte da obra do trecho pernambucano.
Os recursos liberados pela Sudene vão representar metade dos R$ 15 bilhões que serão empregados no trecho cearense da Ferrovia Transnordestina que liga Eliseu Martins, no Sul do Piauí, ao Porto de Pecém, no Ceará.

Também presente ao evento, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, argumentou que hoje, em Salgueiro, começa uma organização dos pernambucanos em defesa de um projeto de país, defendendo a integração do futuro trecho pernambucano da Transnordestina com a Ferrovia Norte-Sul que vai cortar o Brasil no sentido vertical pelo centro do País.
Cavalcanti declarou que “estamos trabalhando num frente técnica para resolver aquela que é a obra que define o futuro do nosso Estado e da nossa região”. Ele lembrou também que vai ficar mais competitivo quem tiver uma melhor infraestrutura em 2032, quando está previsto acabar os incentivos fiscais concedidos pelos governos estaduais.
O escoamento de mercadorias por trens é de 30% a 40% mais barato do que o modal ferroviário. A implantação do trecho pernambucano da ferrovia vai permitir o escoamento da produção mais barato em vários setores da economia de Pernambuco e estados próximos, fomentando novos negócios, como uma grande central de distribuição regional de combustíveis em Salgueiro, além de trazer novas cargas para o Porto de Suape.

Próximos seminários da Transnordestina
A série de seminários percorrerá mais seis municípios estratégicos: Petrolina (13/08), Araripina (15/08), Belo Jardim (setembro), São Bento do Una (outubro), Caruaru e Recife (novembro). Em cada local, temas específicos como fruticultura, construção civil, indústrias de base e avicultura serão debatidos a partir de dados técnicos e projeções econômicas. A proposta é consolidar um diagnóstico territorial do potencial logístico e produtivo do estado.
Como começou a Transnordestina
Com as suas obras iniciadas em 2006, a Ferrovia Transnordestina consiste, no projeto original, em duas grandes linhas férreas, começando em Eliseu Martins, no Sul do Piauí, indo até Salgueiro. De lá, a ferrovia se dividia em dois trechos, um indo para o Porto de Pecém, no Ceará, e o outro seguindo para Suape.
As obras de ambos os trechos foram interrompidas algumas vezes. As obras da linha que vão para o Ceará foram retomadas em 2023. O trecho que vai para Suape está paralisada desde 2016, porque o concessionário – que estava à frente das obras, a Transnordestina Logística S.A. (TLSA) – desistiu da construção do trecho pernambucano em 2022.
Presente ao evento, o assessor da diretoria de empreendimentos da Infra S.A, Rafael Fernandes de Souza, disse que o edital das obras de um trecho da ferrovia pernambucana será lançado no último trimestre deste ano.
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