O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (8) que a governadora Raquel Lyra (PSD) tenta transferir para o Legislativo estadual a responsabilidade pela ineficiência da gestão. Em pronunciamento nas redes sociais, Porto questionou quais obras teriam sido paralisadas ou deixado de ser realizadas por falta de autorização da Alepe para os empréstimos solicitados pelo Executivo.
A reação ocorreu após a governadora usar um evento político para lançar críticas indiretas ao Legislativo. Durante ato de filiação da primeira-dama de Jaboatão, Andrea Medeiros, ao PSD, Raquel declarou que “tem gente que acredita que quanto mais atrapalhar, melhor para o seu projeto político”, em referência ao impasse entre o Palácio do Campo das Princesas e a Alepe sobre a aprovação de um crédito de R$ 1,5 bilhão. A fala foi interpretada como um recado à oposição e, diretamente, ao Legislativo estadual.
“A Assembleia aprovou todos os projetos encaminhados pelo Executivo, incluindo autorizações legislativas para contrair empréstimos na ordem de R$ 9,2 bilhões”, afirmou o presidente da Alepe.
Segundo Porto, dos R$ 9,2 bilhões autorizados entre 2023 e 2024, apenas R$ 3,5 bilhões foram contratados e R$ 1,4 bilhão efetivamente liberado até o momento. Os dados constam, segundo ele, no ofício 116, enviado pela Secretaria da Casa Civil em 2 de junho de 2025.
Álvaro Porto critica as “narrativas cotidianas” de Raquel
No pronunciamento, Álvaro Porto rebateu o que chamou de “narrativas cotidianas” da governadora para justificar a paralisia administrativa. O parlamentar destacou que os pedidos de novos créditos estão em análise nas comissões da Alepe e que a demora se deve à ausência de informações claras por parte do Executivo.
“Qual foi a obra que deixou de ser feita no Estado por falta de recursos de créditos aprovados pela Alepe? Qual a obra paralisada que possa ser atribuída à Assembleia?”, questionou o deputado.
Porto disse ainda que a governadora “não conseguirá responder” às perguntas e afirmou que o problema é de ordem gerencial:
“As obras não saem do papel porque a gestão não consegue rodar os projetos e entregar por pura incapacidade gerencial, e jamais por falta de recursos que foram devidamente colocados à disposição do Executivo”.
O presidente da Alepe afirmou que a população segue enfrentando dificuldades em áreas essenciais como saúde, segurança pública e infraestrutura. Para ele, o governo tem pressa apenas no slogan.
“O povo pernambucano está cansado de promessas. Basta de narrativas que não encontram aderência à realidade dos fatos”, finalizou.
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