Com público estimado em 2,1 milhões de pessoas e impacto de R$ 600 milhões na economia local, o show da cantora Lady Gaga em Copacabana, no Rio, não foi apenas um espetáculo de entretenimento: foi uma política pública com retorno mensurável. O investimento, ainda que alvo de críticas, resultou em hotéis com ocupação quase total, bares e restaurantes lotados, geração de empregos temporários e ampla visibilidade internacional para o Rio de Janeiro. Isso numa época de baixa no turismo, como é o mês de maio.
A realização de eventos de grande porte movimenta cadeias produtivas diversas e reforça a imagem da cidade no mapa global do turismo. Um paralelo que pode ser feito é com o Carnaval de Pernambuco, que em 2025 teve uma movimentação econômica estimada em R$ 3,3 bilhões em apenas seis dias, segundo o Governo do Estado. O prefeito João Campos tem apostado nos últimos dois anos em realizar um grande evento na Virada do Ano. E isso tem lotado os hotéis na cidade. Esses dados sustentam a ideia de que cultura e economia caminham juntas quando o planejamento público aposta no potencial transformador do setor.
Politicamente falando, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi amplamente beneficiado. A avaliação positiva nas redes sociais e na imprensa destacou tanto o planejamento urbano quanto o caráter democrático do evento. Moradores e turistas relataram a experiência de viver um momento único sem precisar pagar por ingressos inacessíveis à maior parte da população.
Críticas x retorno para economia
A crítica comum a esse tipo de ação costuma girar em torno do custo com dinheiro público. No entanto, é necessário ponderar algumas coisas. O show não foi gratuito, mas tampouco representou um gasto improdutivo. Como ocorre com outras políticas públicas, a avaliação precisa considerar retorno financeiro, social e simbólico.
A realização de megaeventos não resolve os problemas estruturais de uma cidade, mas pode contribuir para enfrentá-los ao fortalecer setores como turismo, comércio e serviços, beneficiando diretamente a economia. Além disso, o sentimento de pertencimento gerado por ações culturais de grande alcance pode ter efeitos positivos no imaginário coletivo de populações frequentemente excluídas das grandes experiências culturais.
Cultura e entretenimento, quando bem pensados, são ferramentas de desenvolvimento, não de dispersão de recursos. Demonizar esse tipo de investimento é ignorar os dados e, principalmente, os efeitos multiplicadores que ele gera. No fim e ao cabo, o saldo do evento ocorrido no Rio foi altamente positivo.
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