Prefeita Elcione sanciona Plano Diretor de Igarassu

A prefeita de Igarassu, Processora Elcione, sancionará o Plano Diretor nesta sexta

A prefeita de Igarassu, Professora Elcione Ramos sanciona, na próxima sexta-feira, o novo Plano Diretor Participativo. Com isso, mudanças significativas na arquitetura da cidade devem acontecer nos próximos anos, com foco na verticalização das edificações e na adaptação às mudanças climáticas.

Entre as novas diretrizes estão o código de obras e edificações (PL 05/2024), o código de conduta urbana (PL 06/2024) e a modernização da lei de parcelamento e uso do solo urbano (PL 07/2024), que não era revisada desde 1979. O novo Plano substitui a versão de 2006 e traz avanços em zoneamento, políticas ambientais, mobilidade, habitação e participação pública, além de alinhar o município aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Uma das principais inovações é a criação de duas Macrozonas: a do Ambiente Natural (MAN), que protege áreas como a Área de Proteção Ambiental (APA) de Nova Cruz e manguezais, e a do Ambiente Construído (MAC), que incentiva a densificação urbana e integração com a BR-101.

“O novo plano substitui o zoneamento amplo anterior por zonas mais específicas e funcionais, com maior ênfase em densificação, sustentabilidade e integração metropolitana, além de se preocupar com as mudanças do clima”, explica a prefeita professora Elcione Ramos, que sancionou o documento após amplo processo participativo.

Atenção às mudanças climáticas

Para o meio ambiente, o novo Plano Diretor de Igarassu vai além da simples proteção. Cria a Zona de Proteção Ambiental Permanente (ZPAP), para recuperação das Áreas de Preservação Permanentes (APPs), a Zona de Manejo e Conservação Ambiental (ZMCA), para exploração florestal sustentável pela iniciativa privada, que deve ter projetos alinhados às causas ambientais em troca de créditos de carbono e melhorando o ICMS Ambiental local.

Assim, o texto também estabelece mecanismos de compensação ambiental para projetos em áreas sensíveis.

Todas essas modificações visam tornar a cidade mais resiliente, pois, de acordo com um estudo coordenado pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, vinculada ao Ministério da Casa Civil, Igarassu é a terceira cidade mais vulnerável do estado às mudanças climáticas, com mais de 60% de sua população vivendo sob risco de cheias ou deslizamento de terras.

Situação de Mangue Seco

Apesar da preocupação de alguns moradores sobre a especulação da privatização da Praia do Capitão, conhecida como Mangue Seco, essa informação é falsa. O local está situado na Área de Proteção Ambiental (APA) de Nova Cruz, também coberta pelo Plano Diretor, e é classificado como Zona Urbana de Desenvolvimento Sustentável (ZUDS).

O Plano Diretor de Igarassu destaca a importância de um estudo topográfico detalhado, que deve ser feito pela Superintendência do Patrimônio da União em Pernambuco (SPU/PE) para definir os limites precisos da área de praia e as áreas onde construções podem ou não ser realizadas, respeitando a legislação ambiental e urbanística.

A administração municipal, buscando equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, tem discutido um projeto de requalificação da área com os comerciantes locais. O projeto inclui a possibilidade de investimentos privados com contrapartidas sociais, como a doação de área para uma unidade de beneficiamento de mariscos

Mais mobilidade urbana em Igarassu

A mobilidade urbana de Igarassu recebeu atenção especial no novo plano. Diferente da versão anterior, que focava apenas em infraestrutura viária, o documento atual adota o conceito de Desenvolvimento Orientado pelo Transporte (DOT), priorizando ciclovias com largura mínima de 1,25m e calçadas acessíveis de, pelo menos, 2,5m.

Na área habitacional, o Plano Diretor de Igarassu expandiu as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) e criou a “Cota de Solidariedade”, forçando construtoras a destinar 30% dos projetos para habitação social.

O novo Plano Diretor institucionaliza a participação pública através do Conselho da Cidade (CONCIDADE), com paridade entre governo e sociedade civil, e do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, que financiará projetos comunitários com transparência. As consultas públicas tornaram-se obrigatórias para grandes projetos após a aprovação da prefeita Elcione.

Entre os novos instrumentos urbanísticos, destacam-se a Outorga Onerosa do Direito de Construir, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) para infraestrutura de grande escala, e as Operações Urbanas Consorciadas para renovação urbana. O plano também introduz ferramentas de resiliência climática e gestão de riscos de inundação.

A implementação do Plano Diretor de Igarassu, assim como o novo conjunto de leis, serão acompanhados pelo Conselho da Cidade, com um sistema de informações georreferenciadas facilitando o acesso público aos dados territoriais e ambientais do município.

Foto: Ivonildo Pedro/Divulgação

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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