Alepe, a política e a eterna antecipação eleitoral

Líder do Governo na Alepe, Socorro Pimentel denunciou antecipação eleitoral e machismo na Alepe

A líder do Governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) Socorro Pimentel (União) , externou um assunto que todos estão cansados de saber, mas que os políticos adoram tangenciar: que as eleições de 2026 já preenchem todos os espaços e rodas políticas. Depois de uma guerra aberta com a oposição pela composição mais favorável nas principais comissões da Casa, os adversários levaram a melhor. Isso levou Socorro à tribuna da Alepe, num discurso duro, em que ela denunciou manobra política, de olho nas eleições, e machismo no seu partido.

A líder do Governo disse que esperava que a eleição do Governo do Estado entrasse no dia a dia da Casa, mas apenas perto do fim deste ano, não tão cedo, como afirma estar ocorrendo. 

“Tem uma antecipação da eleição de 2026, isso é visível aqui nesta Casa, Eu considero que até no final do ano fosse normal acontecer, mas não neste momento. Em um momento tão importante. Todos os deputados devem ser tratados com respeito”, avaliou a líder, em entrevista após o pronunciamento, cobrando que os espaços dos parlamentares sejam garantidos.

Vivendo uma situação inusitada de estar num partido que garantiu maioria à oposição nas principais comissões, mesmo ela sendo a líder do Governo na Alepe, Socorro também denunciou ser vítima do machismo estrutural na legenda. A bancada do União Brasil é composta por 4 homens e somente ela de mulher. 

“Gestos pequenos foram a regra. Minha trajetória pública e o meu compromisso com esta Casa e com o povo pernambucano foram desconsiderados de maneira descabida. É preciso reconhecer que, infelizmente, o que vivemos hoje não é um caso isolado, mas sim uma realidade enfrentada por muitas mulheres na política”, denunciou. E realmente isso existe. É um fato que não se pode negar. Basta trocar duas palavras com os deputados que isso fica evidente nas colocações deles, sempre carregando mais nos adjetivos quando relacionados às mulheres.

Agora, a líder do Governo tem todo direito de protestar e criticar a antecipação das eleições por parte da oposição. Mas ela precisa ter claro que a base governista e o Palácio das Princesas tentaram até o último momento reverter a posição do União Brasil, para levar a legenda de volta para o blocão do Governo. 

Na Alepe, debate eleitoral está em tudo

Tanto a articulação da oposição quanto a do Governo, lógico, que são articulações com fundo eleitoral. Tudo termina nas eleições na Alepe. Ninguém externa, mas isso é óbvio. Mas essas manobras também fazem parte do embate político interno na Casa. O próprio Governo, em 2023, agiu para mudar o comando do PL, retirando Alberto Feitosa do cargo para conquistar maioria nas comissões.

Às vezes as estratégias dão certo. Às vezes, dão errado. É o jogo sendo jogado no Parlamento, que, como uma Casa política, sempre terá um viés eleitoral como pano de fundo. 

Foto: Roberto Soares/Alepe

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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