Uma cerimônia protocolar, dentro dos formalismos inerentes à abertura dos trabalhos no ano da Assembleia Legislativo de Pernambuco (Alepe). No plenário, 43 deputados estaduais presentes, quatro ausentes e dois licenciados, além da governadora Raquel Lyra. Tudo dentro do script. Até que o líder da oposição na Casa, Diogo Moraes (PSB), começa a discursar em nome da bancada. Sob clima tenso, o socialista desfiou um rosário de críticas ao Governo do Estado, diante do olhar fixo de Raquel Lyra durante os 12 minutos e 11 segundos.
Primeiro a discursar, o presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB), destacou as conquistas da Casa no seu primeiro biênio no comando (2023-2024), e atribuiu os resultados à atuação dinâmica e independente mantida por todos os integrantes do Poder.
“Não arredarei um milímetro desse meu propósito e desta ação, que tem sido continuada, para que as prerrogativas que nos são decretadas pela carta constitucional sejam respeitadas”, ressaltou.
Foi então que Diogo Moraes subiu à tribuna. Apesar de começar falando da disponibilidade para o diálogo da oposição, “para a crítica responsável e para o diálogo necessário”, em poucos minutos ele começou os ataques, afirmando que a gestão estadual “falhou na comunicação com a sociedade civil, com os servidores estaduais e com a Alepe”.
Também fez críticas à área de Educação, que está sem secretário desde 9 de janeiro, e na questão da Saúde, em que pontuou a falta de insumos básicos e medicamentos nos hospitais, as filas para cirurgias eletivas e profissionais com carga horária excessiva.
Mas o ataque mais forte se deu em relação à segurança pública, quando disse que “a população segue refém da violência. Os números de homicídios, assaltos e feminicídios continuam alarmantes”. Em seguida citou as cenas de vandalismo ocorridas no Recife no último sábado (1º), em virtude da briga das organizadas do Santa Cruz e do Sport.
“Os episódios de extrema violência ocorridos antes do clássico entre Santa Cruz e Sport, neste último domingo, apenas demonstram a completa inabilidade da gestão do atual governo em atuar preventivamente, no monitoramento da ação de grupos criminosos que se dizem torcedores.
Discurso de Raquel na Alepe
A governadora Raquel Lyra manteve o seu discurso, em que fez uma prestação de contas do trabalho realizado durante os seus dois primeiros anos de gestão e apresentou as perspectivas para 2025.
Lyra afirmou que o Estado começou o ano com “as contas em dia”, com um superávit de R$ 1,2 bilhão. “Não se trata apenas de um número técnico desprovido de sentido. Significa atestar a nossa responsabilidade fiscal, que permitiu a retomada do crédito junto à União, e sinaliza para um ano de mais obras e investimentos”, reforçou.
Ela também elencou as ações do Governo, como a redução de tributos e o avanço de programas sociais e de desenvolvimento econômico, como o Morar Bem PE, o PE na Estrada, o Águas de Pernambuco, o Cuida PE, o Mães de Pernambuco e o Bom Prato.
Sem citar o episódio do sábado, Raquel Lyra colocou, na área de segurança, que, em janeiro deste ano, houve redução no número de mortes violentas intencionais pelo nono mês consecutivo. Ela também destacou a chegada de 2,4 mil novos policiais às ruas nos próximos meses e a nomeação de mais de 600 policiais penais.
Citou números da Educação e Saúde. Por fim, agradeceu os parlamentares pelas contribuições e parcerias com o Poder Executivo. “Entendemos a relevância dos seus trabalhos, expressado no respeito às legítimas divergências que surgem e na construção de consensos e parcerias. Registro aqui a minha disposição de aprofundar ainda mais essa importante parceria, por nosso Estado e pelo futuro de Pernambuco”, externou.
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