A política pernambucana teve uma segunda-feira agitada, com atos e ações que vão reverberar nos próximos dois anos, e vão se refletir nas eleições estaduais de 2026. Pela manhã, a governadora Raquel Lyra reuniu prefeitos eleitos e reeleitos. À tarde, a nova eleição para o comando da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), trouxe surpresa, de consequência que vai além da Casa de Joaquim Nabuco e deve refletir em várias áreas da política no estado.
Aniversariante do dia, a governadora Raquel Lyra preparou um grande ato para acolher os prefeitos novos e reeleitos prefeitos. Queria apesentar o cardápio de ações que o Governo do Estado oferece em parceria com os gestores. Mas antes mesmo do início, o vazamento de uma lista feita pela assessoria especial do Governo qualificando os prefeitos provocou um mal-estar.
No documento, publicado pelo repórter da Folha de S. Paulo José Matheus Santos, os gestores foram classificados por região, gênero e se era “Aliados” ou “Adversário”. Esse último termo foi muito criticado pela classe política e foi frequente os prefeitos brincarem dizendo que não sabia se eram “aliados” ou “adversários”.
A governadora afirmou que iria apurar quem tinha feito a tal lista, que os integrantes da área de articulação política diziam desconhecer. Sobre o evento, dos 184 prefeitos, 158 marcaram presença, se acordo com o cerimonial, inclusive o possível adversário do prefeito reeleito do Recife, João Campos. Após a apresentação, foi oferecido um almoço para os gestores. Talvez por isso, o evento tenha sido muito longo, fazendo com que alguns gestores, principalmente entre os “adversários’ saíssem antes do fim.
Os que ficaram, cantaram “parabéns a você” pela segunda vez para a governadora Raquel Lyra e disseram que o encontro foi importante. E a governadora deu o primeiro passo para afinar a relação com os prefeitos, que serão muito importantes na disputa eleitoral de 2026.
À tarde, os deputados estaduais voltaram às urnas, para escolher a nova Mesa Diretora da Alepe, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter anulado a eleição anterior para o biênio 2025-2027 por ter sido realizado muito tempo antes do permitido por lei.
Na Alepe, a mãe dos recados e amiga da traição
Havia a expectativa de que fosse repetido o resultado anterior. Mas votação secreta é a mãe dos recados e amiga íntima da traição.
Foi dessa forma que Francismar Pontes desbancou o primeiro secretário e candidato à reeleição, vencendo a disputa nos dois turnos.
A família Gouveia teve um resultado robusto nas eleições municipais de outubro passado. Mas esse desempenho foi construído, segundo parlamentares comentavam nos bastidores, entrando em bases de outros deputados. Além disso, as paredes da Alepe contavam que o grupo está crescendo demais e que era preciso reduzir a musculatura dos Gouveias.
O resultado, além de retirar uma estrutura gigantesca, que é a Primeira Secretaria da Casa, ainda acaba refletindo negativamente nas pretensões do líder do grupo, Marcelo Gouveia, que em janeiro deixa a Prefeitura de Paudalho e, em fevereiro, buscará a reeleição para a presidência da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). Agora, terá se articular muito mais para conquistar a vitória.
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