Márcio Didier
Em todos os jogos no Recife, brigas entre torcidas organizadas aterrorizam até quem não vai para o estádio. Em Olinda, as prévias carnavalescas, que começam já em setembro, levam o caos a uma cidade que é Patrimônio da Humanidade pela Unesco. No meio disso tudo, a impotência do poder público para conter os que se dizem torcedores e foliões, mas que não entendem de futebol, muito menos de Carnaval, só de briga e confronto, coisa de bandido que mais parece menino de quinta série, que insiste em viver na imaturidade.
As cenas que rodam as redes sociais desde o final da tarde do feriado de 7 de setembro se somam às de outras prévias, de outros carnavais, do futebol. E parece não ter fim. O Governo manda policiais, que correm em bando atrás dos maloqueiros. Quando estão controlando uma situação, outra explode um pouco à frente.
A impressão que dá é a de que estamos enxugando gelo sob o sol, à espera da próxima prévia e dos próximos confrontos. E vira um círculo terrível, que não tem fim e que empurra os verdadeiros foliões para fora da festa. Que frustra as vendas dos comerciantes, aterroriza os moradores do sítio histórico e sobra apenas a imagem de inépcia do poder público.
Até quando vai se adiar esse debate? Até um confronto mais grave, que vitime quem tá na festa apenas para se divertir? E não é chegar e se reunir agora. Esse problema vem de anos.
O momento é de agir. Ou melhor, até o momento de agir já passou. Agora tem que ter um conjunto de ações mais incisivas, sob pena de um descontrole muito maior do que já está descontrolado.