As eleições estão nas ruas, potencializando rivalidades e servindo de prévia para 2026

As eleições 2024 no Nordeste terão 117.758 candidatos disputando os votos de 43 milhões de eleitores

E as eleições 2024 estão nas ruas. Desta sexta-feira (16) até 3 de outubro, os 513 candidatos a prefeito e os 14.746 postulantes às câmaras de vereadores vão atrás dos votos dos 7.152.871 eleitores, segundo a Justiça Eleitoral, dos 184 municípios pernambucanos. Serão 49 dias para cada um desses candidatos convencerem os eleitores dos seus municípios que são a solução mágica para todos os problemas da cidade. Muitos deles, inclusive, não vão nem apostar em propostas. Vão embarcar em pautas enviesadas como a de costumes, apostando nos seus nichos eleitorais.

Mas de todas as eleições em Pernambuco, algumas merecem atenção especial. A do Recife é uma delas. Não só por ser a capital, mas por envolver a possibilidade de o prefeito e candidato à reeleição João Campos, em caso de vitória, deixar o cargo em dois anos para disputar o Palácio do Campo das Princesas. Por isso, na eleição do Recife, é importante olhar para o vice na chapa, Victor Marques, escolhido a dedo por João para a vaga. Isso porque o prefeito queria ter a certeza de que não haveria mudança de rota na PCR no caso de sua renúncia.

No mesmo sentido, a disputa em Caruaru merece um olhar atento. Terra da governadora Raquel Lyra, a cidade verá uma eleição acirrada, numa espécie de prévia de 2026. O prefeito e candidato à reeleição Rodrigo Pinheiro (PSDB), apoiado por Raquel, medirá forças com o ex-prefeito José Queiroz (PDT), que conta com o apoio de João Campos.

Eleições em Paulista e Olinda

Na Região Metropolitana, duas eleições chamam a atenção, Olinda e Paulista. Ca Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, o prefeito Professor Lupércio, já reeleito, não pode disputar a eleição. Isso deixou a eleição aberta. O gestor não deu apoio ao seu vice, Márcio Botelho (PP), e optou pela ex-secretária do Desenvolvimento Econômico, Inovação, Tecnologia e Turismo, Mirella Almeida (PSD), esposa do seu sobrinho e vereador Felipe Nascimento.

Além deles, estão no páreo o candidato da Federação PT/PCdoB/PV, Vinicius Castello (PT), e a candidata do PL Izabel Urquiza. O petista foi escolhido após uma longa negociação, que retirou do pleito a favorita na disputa, a deputada estadual Gleide Ângelo. Vinicius também enfrentou críticas pela escolha do vice, o empresário Celso Muniz (PCdoB), pelo passado bolsonarista dele.

Já Izabel espera contar com o eleitorado cativo do bolsonarismo. Na sua convenção, ela apostou na imagem da ex-primeira-dama, Michele, mas vestiu a camisa de Bolsonaro após a passagem do ex-presidente pelo município, no último dia 7, quando lanchou em uma padaria. Há ainda Antônio Campos, que aparece pontuando bem nas pesquisas.

Outra eleição interessante de ser acompanhada é a de Paulista. Com a decisão do prefeito Yves Ribeiro de desistir da reeleição, dois nomes polarizam a disputa, com o apoio de padrinhos fortes. Ex-prefeito Junior Matuto tenta voltar ao poder e tem um volume de campanha forte e o prefeito do Recife, João Campos, no seu palanque. Do outro lado, está o ex-deputado Ramos, que conta com o apoio da governadora Raquel Lyra e, também, do prefeito Yves Ribeiro. Nas convenções, os dois mostraram, pela mobilização, que entram forte na disputa. Nos municípios ainda há outros candidatos, mas os concorrentes maios fortes são eles.

E assim serão as eleições municipais, potencializando rivalidades lociais e servindo de guia para as eleições de 2026.

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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