O ex-prefeito Yves Ribeiro emitiu nota nesta sexta-feira (21) rebatendo a posição divulgada pela Prefeitura de Paulista na quarta-feira (20). A gestão municipal atribuiu à administração de Yves a responsabilidade por uma aplicação de aproximadamente R$ 3 milhões do Regime Próprio de Previdência do Paulista (PreviPaulista) em Letras Financeiras do Banco Master. A prefeitura sustenta que a operação foi realizada no período em que ele exercia o mandato.
Yves nega qualquer participação na decisão. Ele afirma que o PreviPaulista é uma entidade autônoma, com conselhos próprios de administração e investimentos, e que, por essa razão, o prefeito não participa das escolhas de aplicação dos recursos. Segundo o ex-prefeito, decisões dessa natureza seguem fluxos internos do regime próprio, que contam com análises técnicas e regras específicas de governança.
O ex-prefeito acrescenta que, ao longo da vida pública, nunca orientou aportes fora do padrão de segurança adotado em sua trajetória administrativa. Em sua nota, declara: “jamais iria aconselhar investimentos em bancos que não fossem os bancos públicos Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, ou bancos privados como o Bradesco e Itaú”. A afirmação destaca que uma aplicação no Banco Master não estaria alinhada ao perfil de instituições com as quais ele costumava trabalhar quando se tratava de recursos públicos.
Yves destaca zelo com erário
Yves também ressalta que sempre pautou sua atuação “com trabalho e honestidade” e reforçou que zelou pelo erário durante o mandato. Ele disse ainda que acompanhará os desdobramentos das apurações para garantir o esclarecimento das responsabilidades e a correta apuração dos fatos.
A atual diretoria do PreviPaulista informou que a aplicação no Banco Master não passou por todos os procedimentos de governança previstos para regimes próprios. Segundo a nota da gestão municipal, a operação não recebeu aprovação completa dos comitês internos e contrariou o parecer da consultoria de investimentos contratada pelo instituto. Esses mecanismos — comitê de investimentos, pareceres técnicos e registro formal das deliberações — fazem parte das exigências estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional para aplicações de regimes previdenciários públicos.
A situação tornou-se mais sensível após o Banco Central decretar a liquidação extrajudicial do Banco Master em 2025. A instituição é alvo de investigações da Polícia Federal relacionadas à emissão de títulos e à condução das operações financeiras. A recuperação dos valores aplicados pelo PreviPaulista dependerá de habilitação de créditos junto ao interventor e, se necessário, de medidas judiciais conduzidas pelo município.
Yves Ribeiro finaliza sua nota afirmando que acompanhará as investigações com atenção, reforçando o compromisso com “a verdade e a justiça”. Para ele, a apuração completa do caso é necessária para esclarecer as responsabilidades e resguardar os recursos previdenciários dos servidores do município.
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