A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) se tornou, novamente, o centro das críticas ao governo Raquel Lyra. Nesta quinta (13), Álvaro Porto e Waldemar Borges intensificaram os ataques à gestão estadual pela demora na execução dos empréstimos já autorizados pela Casa. O debate ganhou força após a líder do governo, deputada Socorro Pimentel (União Brasil), chamar o presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB), de “turrão”, provocando uma reação firme do parlamentar.
Porto respondeu afirmando que seu modo direto de atuar reflete o dever da Assembleia de fiscalizar o uso dos recursos públicos. “Se ela não sabe ou não quer conviver com essa realidade, não sou eu que vou ensinar. As nossas considerações estão fundamentadas em documentos oficiais, como o E-fisco e o Portal da Transparência. Basta observar para se constatar que, de 2023 para cá, a Alepe aprovou R$ 11 bilhões de operações de crédito e o governo só conseguiu colocar nos cofres do Estado apenas R$ 2,8 bilhões”, afirmou.
Álvaro Porto rebate críticas
Em tom mais incisivo, o presidente da Alepe destacou que a lentidão e a falta de entregas do governo estadual preocupam o Legislativo. “Até o momento, o histórico construído pela atual gestão indica que a governadora não conseguirá aplicar os empréstimos que contraiu e não vai concluir as obras previstas. Não se trata de provocação, é a observação da realidade”, afirmou.
Porto acrescentou que a Assembleia continuará cobrando transparência na aplicação dos recursos. “Queiram ou não queiram os governistas, a lentidão, a ineficiência e a incapacidade de entregar tornaram-se as principais marcas do governo”, afirmou. Ele ainda lembrou que todos os projetos encaminhados pelo Executivo foram aprovados e que o novo empréstimo de R$ 1,7 bilhão, previsto para ser analisado na próxima terça-feira (18), “refere-se ao espaço fiscal de 2026”.
Borges ironiza
As críticas também vieram de parlamentares da oposição e independentes. O deputado Waldemar Borges (PSB) destacou a demora do governo em viabilizar o empréstimo internacional de US$ 275 milhões junto ao Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), aprovado há 15 meses e transformado na Lei nº 18.658, de agosto de 2024.
Segundo o parlamentar, o governo só iniciou o pedido de aval do Senado Federal em maio deste ano, e a autorização foi concedida apenas em 4 de novembro. “Apesar da urgência e dos benefícios, o atraso evidencia uma contradição entre a retórica do governo e a prática administrativa. Mais uma vez nos deparamos com a inércia e a incompetência da atual gestão. É pressa no discurso, e passo de tartaruga nas ações!”, criticou Borges.
Ele acrescentou que, dos mais de R$ 11 bilhões aprovados pela Alepe, apenas R$ 2,8 bilhões foram executados. “O terceiro ano do mandato de Raquel está chegando ao fim, mas seu governo ainda não começou. As obras anunciadas, como a duplicação da BR-232, o Arco Metropolitano e as creches, continuam só no discurso”, completou.
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