Lenine, Carmen Virgínia e Madeira do Rosarinho homenageados do Carnaval 2026 no Recife

Lenine, Carmen Virgínia e o centenário Madeira do Rosarinho representam a tradição, a ancestralidade e a força cultural do Carnaval recifense Edson Holanda - PCR Imagem

A Prefeitura do Recife anunciou os homenageados do Carnaval 2026: o cantor Lenine, a iabassê Carmen Virgínia e o Bloco Carnavalesco Misto Madeira do Rosarinho, que completa 100 anos em 2026. O anúncio celebra a diversidade cultural e a contribuição dos três nomes para a preservação e a renovação das tradições da maior festa popular da cidade.

Segundo o prefeito João Campos, a escolha reflete o compromisso de valorizar quem faz parte da história e da identidade recifense. “Existem muitos artistas que remetem diretamente ao Carnaval do Recife, mas que ainda não tinham sido homenageados oficialmente, como Elba Ramalho no ano passado e Lenine este ano. São figuras que já são parte da cultura da cidade e sentimos que é um dever institucional prestar esse tributo. O Madeira do Rosarinho chega aos 100 anos e Carmen Virgínia representa a mistura de fé e cultura, marca do nosso Carnaval. É uma alegria ter essas três entidades representando o maior e melhor Carnaval do mundo”, afirmou.

Madeira do Rosarinho: 100 anos de resistência

Fundado em 7 de setembro de 1926, o Bloco Carnavalesco Misto Madeira do Rosarinho é um dos mais tradicionais do Recife. Nascido como dissidência do antigo bloco Inocentes do Rosarinho, o grupo se tornou símbolo da festa com o hino “Madeira que Cupim não Rói”, composto por Capiba em 1963. A canção, criada em meio a um protesto por um resultado de concurso, ultrapassou o episódio e se transformou em um hino de resistência cultural.

O representante do bloco, Duca, destacou o significado do reconhecimento. “É um grande merecimento. Eu não estou nem acreditando. É uma alegria e também uma satisfação da comunidade, das pessoas que frequentam o clube, que ficarão muito alegres de saber que o Madeira do Rosarinho é um dos homenageados desse Carnaval.”

Ao longo das décadas, o bloco conquistou mais de 20 prêmios no Concurso de Agremiações promovido pela Prefeitura do Recife e mantém sua presença marcante nas ruas com as cores vermelha, branca e verde, reafirmando a força da cultura popular pernambucana.

Lenine, o Leão do Norte

Nascido no bairro da Boa Vista, Oswaldo Lenine Macedo Pimentel cresceu entre os ritmos do Recife e se tornou um dos artistas mais reconhecidos da música brasileira. Dono de seis prêmios Grammy Latino e autor de mais de 250 composições, o cantor e compositor carrega em sua obra referências constantes à cidade natal.

“Eu me sinto homenageado todo ano. A cada Carnaval eu trago pessoas que nunca conheceram o Recife para vivenciar essa energia. Sempre preparo um show especial, no Marco Zero e em outros polos. Este ano vai ser uma consagração, um momento especial na minha vida”, declarou Lenine.

Carmen Virgínia: ancestralidade e sabor

Chef e iabassê do Afoxé Ogbon Obá, Carmen Virgínia é referência na preservação dos saberes afro-brasileiros. À frente do restaurante Altar Cozinha Ancestral, em Santo Amaro — reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial —, ela transforma memória e fé em ações de valorização da identidade negra e da cultura de matriz africana.

Carmen também é idealizadora do Ubuntu, celebração afro-religiosa que antecede a abertura oficial do Carnaval do Recife e reúne grupos de afoxé para a lavagem da Avenida Rio Branco com as águas de Oxalá. “É uma vitória das mulheres de terreiro, mas também das mulheres que lutam e alimentam suas famílias. Eu sou essa mulher e me sinto privilegiada por essa homenagem. Este ano o Carnaval vai ter um gostinho a mais, de panelas e cheirinho de comida, porque é isso que eu trago. Axé”, afirmou.

A secretária de Cultura do Recife, Milu Megale, ressaltou o critério das escolhas. “A escolha dos homenageados sempre atende a critérios de representatividade e deferência para evidenciar as pessoas e entidades que promovem a festa, que é de todos e feita pelo folião e para o folião.”

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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