Brasília sediou, nesta quarta-feira (13), dois eventos em memória dos ex-governadores de Pernambuco Miguel Arraes (1916-2005) e Eduardo Campos (1965-2014), marcando, respectivamente, 20 e 11 anos de seus falecimentos. Pela manhã, foi celebrada uma missa na Paróquia São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, conduzida pelo padre capelão militar Welbert de Oliveira. À tarde, o plenário da Câmara dos Deputados recebeu sessão solene com a participação de familiares, parlamentares, dirigentes partidários e outras lideranças políticas.
Durante a celebração religiosa, o padre Welbert destacou a coincidência da data com o dia de Santa Dulce dos Pobres, canonizada pela dedicação ao próximo. Ele associou o exemplo da santa à função pública. “A primeira missão do governante é o cuidado com a vida do povo”, afirmou.
Programas de Arraes
No plenário, discursos ressaltaram o impacto político e social deixado pelos homenageados. O prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, João Campos, lembrou que programas implantados por Arraes permanecem ativos quase três décadas depois de sua última gestão estadual. “Grande parte dos programas e das ações que hoje existem em Pernambuco tem mais de três décadas e vocês não têm ideia da quantidade de gente que, todos os dias, conta uma história ou faz um depoimento do que foi a presença dele na vida política de Pernambuco”, disse.
João Campos também falou sobre o legado de Eduardo Campos e Arraes como referência política diante dos desafios atuais. “Que a gente possa defender a soberania brasileira, não baixar a cabeça para arroubos autoritários, sejam eles vindos de nosso país ou de fora (…), fazendo valer a história e o nome de Miguel Arraes de Alencar”, declarou.
O deputado federal Pedro Campos, líder do PSB na Câmara e bisneto de Arraes, afirmou que a homenagem “é justa e, acima de tudo, necessária”. Segundo ele, o ex-governador defendia a soberania nacional e carregava experiências marcadas pelo exílio. “Ele (…) aumentou seu amor pelo Brasil e o entendimento de que seu país tem a vocação de ser uma nação soberana”, disse.
Reconhecimento oficial no Congresso
A sessão foi proposta pelas deputadas Maria Arraes (Solidariedade) e Lídice da Mata (PSB). Além de relembrar o acidente aéreo de 2014 que vitimou Eduardo Campos e outras seis pessoas — Carlos Percol, Pedro Valadares, Alexandre Severo, Marcelo Lira, Marcos Martins e Geraldo Magela —, o ato incluiu o descerramento da placa que oficializa a mudança do nome da sala do Colégio de Líderes para “Sala de Líderes Miguel Arraes”. A iniciativa, também de autoria da deputada Maria Arraes, foi aprovada em plenário e busca perpetuar o nome do ex-governador no Congresso Nacional.
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