A Orquestra Sinfônica do Recife celebrou, na noite desta terça-feira (30), 95 anos de atividade contínua com um concerto gratuito e histórico no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, no Morro da Conceição. Durante a apresentação, o prefeito do Recife, João Campos, anunciou a abertura de concurso público para recomposição do quadro de músicos da Orquestra e da Banda Sinfônica do Recife, ambas mantidas com recursos municipais. O edital deverá ser publicado ainda neste segundo semestre de 2025.
De acordo com o prefeito João Campos, o concurso atende a uma demanda antiga dos músicos e reforça o compromisso da gestão municipal com a preservação e renovação dos conjuntos. “O Recife tem a Orquestra Sinfônica mais antiga em atividade contínua do Brasil. Celebrar seus 95 anos aqui no Morro da Conceição é simbólico, mostrando que a cultura deve estar em todos os cantos da cidade. Vamos lançar, ainda neste semestre, um concurso público para recompor os quadros da Orquestra e da Banda Sinfônica. Essa conquista garante continuidade e valoriza quem faz a música do Recife todos os dias”, declarou.
Investimento garante continuidade histórica
A secretária de Cultura do Recife, Milu Megale, destacou que o último concurso público para as sinfônicas ocorreu há mais de 20 anos. “É uma grande conquista para a cidade, que tem tanta tradição musical. A Orquestra e a Banda cumprem papel importante na formação de público para a música erudita e no fortalecimento do Recife como polo formador de talentos”, afirmou.
O presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Marcelo Canuto, reforçou que a medida assegura a preservação da história. “Este concurso é a garantia de valorização da nossa Orquestra e da nossa Banda, patrimônios afetivos que confirmam o compromisso da gestão com a música, com a cultura e com o futuro. Estamos assegurando que o Recife siga gestando talentos e públicos, consolidando a música como marca da nossa identidade”, completou.
Além de favorecer a renovação de talentos, o concurso permitirá dedicação exclusiva dos músicos, mantendo o padrão de qualidade reconhecido nacionalmente. O Recife está entre as poucas capitais que financiam de forma contínua tanto uma Orquestra quanto uma Banda Sinfônica. Segundo dados da Unesco, a cidade também foi declarada criativa e musical.
Trajetória da Orquestra Sinfônica do Recife
Fundada em 30 de julho de 1930, a Orquestra Sinfônica do Recife nasceu como Orquestra Sinfônica de Concertos Populares. Foi criada por Walter Cox, pelo compositor Ernani Braga e por Vicente Fittipaldi, que atuou como maestro até 1961. Em 1949, ao ser vinculada ao município, passou a ter o nome atual.
Atualmente, conta com cerca de 80 músicos e realiza entre três e quatro concertos mensais, com ingressos disponíveis online. Nos últimos anos, foi marcada por avanços como a chegada dos maestros Lanfranco Marcelletti Jr. e José Renato Accioly. Desde 2018, é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Recife.
Entre os regentes que já passaram pela Orquestra estão Mário Câncio (1962–1974), Guedes Peixoto (1975–1984), Eleazar de Carvalho (1985–1988), Eugene Egan (1989), Arlindo Teixeira (1991), Diogo Pacheco (1992), Carlos Veiga (1993–2000), Osman Giuseppe Gioia (2001–2013) e Marlos Nobre (2013–2020).
Banda Sinfônica do Recife também será contemplada
A Banda Sinfônica do Recife foi fundada em 7 de outubro de 1958 e realizou sua primeira apresentação no Natal daquele ano, no Sítio Trindade. Em quase sete décadas, teve nomes como Geraldo Menucci, Lourival Oliveira, Antônio Albuquerque, Luiz Caetano, José Genuíno, Júlio Rocha, Ademir Araújo, Edson Rodrigues, Ricardo Normando e Maestro Duda como regentes. Desde 2002, é conduzida pelo maestro Nenéu Liberalquino.
O concurso também abrangerá vagas para recomposição do quadro da Banda, fortalecendo a continuidade de apresentações e a formação de novos públicos.
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