A vida do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos bolsonaristas não tem sido fácil nos últimos dias e acende um alerta sobre linha a seguir daqui por diante. Até porque parte do que fazia parte do discurso utilizado nos últimos anos vem sendo desconstruído desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, iniciou um confronto contra o Brasil.
Bandeira fartamente utilizada pelo ex-presidente e pelos bolsonaristas durante a pandemia da Covid, de que a economia não podia parar por causa do lockdown, cai por terra no momento em que os principais atores do grupo defendem a taxação de 50% aos produtos brasileiros, anunciada por Trump, enquanto não houver a anistia para Jair Bolsonaro no episódio dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Claro que a taxação atinge a todo o País, mas as maiores sequelas serão em São Paulo. O governador Tarcísio de Freitas, principal pré-candidato do bolsonarismo, até tentou seguir o discurso, culpando o Governo Lula. Mas foi atropelado pelos fatos. Resultado: teve que buscar um caminho alternativo, que não a linha defendida pelo clã Bolsonaro. Virou persona non grata no grupo.
Bolsonaristas e o Pix
Mas a maior dificuldade dos aliados do ex-presidente é defender, agora, a posição dos EUA contrária ao Pix. O sistema de pagamento made in Brasil é amplamente aprovado. Em tempos de acirramento político, é uma unanimidade nacional como há tempos não se via. É querido por quase a totalidade dos brasileiros, de todas as classes sociais. Mas ele tem um problema, causa prejuízo às bandeiras de cartão de crédito. Principalmente às americanas Visa e Master. Dai a ação contra o Pix.
Na campanha de 2022, o então candidato Jair Bolsonaro usou o Pix como bandeira. Apesar de ter sido gestado na gestão de Michel Temer, entrou em vigor em 2020, durante o mandato do ex-presidente. A ação dos EUA contra o sistema de pagamento coloca em xeque o discurso do bolsonarismo: ou continuar a apoiar a cruzada de Trump contra o Brasil, defendendo a anistia a Bolsonaro, ou defende o Pix, se contrapondo à iniciativa americana. O deputado Eduardo Bolsonaro, que faz vídeos em sequência defendendo a posição dos EUA indica que o caminho já foi escolhido. Resta saber se o discurso encontrará respaldo nos aliados.
Veja também:
Silvio Costa Filho critica atitude de Eduardo Bolsonaro: “Uma vergonha”