O Governo de Pernambuco iniciou em Fernando de Noronha um projeto-piloto para testar um novo modelo construtivo modular que promete reduzir custos, agilizar prazos e minimizar impactos ambientais nas obras públicas do Estado. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-PE) e utiliza tecnologia da empresa pernambucana Lightwall.
A estrutura, feita de concreto leve à base de EPS (poliestireno expandido, conhecido como isopor), oferece conforto térmico e acústico, menor desperdício de materiais e montagem simplificada. Segundo o sócio da Lightwall, idealizadora do modelo, Marcus Fernando, “o produto da gente nasceu em Pernambuco, já conquistou todo o Brasil e agora pode revolucionar também as obras do governo do Estado”.
A casa modular será usada inicialmente como base administrativa na ilha. O objetivo é avaliar, como protótipo, possíveis aplicações em escolas, unidades habitacionais e outros equipamentos públicos. “Recebemos um pedido ousado, e estamos respondendo com inovação e engenharia de ponta, aproveitando as condições da ilha para validar um novo modelo de construção”, afirma Marcus.
De acordo com a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Simone Nunes, Fernando de Noronha foi escolhida por apresentar condições específicas para esse tipo de teste. “Por ser um local com acesso limitado e custos logísticos elevados, o arquipélago permite verificar na prática como o sistema modular da Lightwall pode reduzir despesas com transporte, mão de obra e tempo de execução”, destaca Simone.
O ambiente insular de Fernando de Noronha exige ainda soluções que atendam critérios rigorosos de sustentabilidade, o que aumenta o potencial de replicação do modelo em outras regiões de Pernambuco.
Minha Casa, minha Vida em Noronha
A governadora Raquel Lyra assinou termo de compromisso com o governo federal e a Caixa Econômica Federal para construir empreendimentos do Minha Casa Minha Vida Sub 50 em 12 municípios pernambucanos com até 50 mil habitantes, além de Fernando de Noronha. No total, serão 545 unidades habitacionais, com investimento de R$ 76,3 milhões entre recursos estaduais e federais. “Pernambuco vai ter pela primeira vez a construção de um Minha Casa Minha Vida em Fernando Noronha”, explica Simone Nunes.
Além disso, no início de junho foram autorizadas novas obras na ilha, como a reforma do Palácio São Miguel – sede distrital da administração – e do Clube de Mães, além da licitação para reestruturação e ampliação do cemitério local. Os investimentos totalizam R$ 4,49 milhões.
Requalificação de espaços históricos e comunitários
As intervenções no Palácio São Miguel manterão as características originais do prédio, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), incluindo melhorias em cobertura, portas, janelas, pisos e reboco. O Clube de Mães passará por requalificação completa para atender cerca de mil mulheres da rede comunitária.
Já o novo cemitério contará com capela, 132 gavetários, 60 ossuários, muro reformado, estação de tratamento de efluentes e piso intertravado. A população da ilha também recebeu a confirmação da construção de mais 50 casas populares e a ampliação do sistema de esgotamento sanitário. “Isso é fantástico. A população aumentou e precisa de moradia digna. E para ampliar pousadas, tem que cuidar do esgoto. Agora a gente tem essa garantia”, comemorou um morador.
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