Horas depois de a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovar o reajuste dos professores, a líder do Governo na Casa, deputada Socorro Pimentel, afirmou que o reajuste do piso salarial dos professores da rede estadual é “resultado direto do diálogo entre os educadores e o Poder Executivo, com apoio decisivo da governadora Raquel Lyra”. A posição é uma resposta ao presidente da Casa, que afirmou que a aprovação foi fruto de uma ação sua.
Segundo Socorro Pimentel, o aumento de 6,27% supera o percentual estabelecido nacionalmente pelo Ministério da Educação (MEC) e poderá alcançar 8,38% para determinados cargos, conforme o estágio de cada profissional na carreira. O pagamento será feito de forma retroativa a janeiro de 2025.
“Esta é uma conquista importante para a valorização dos profissionais da educação, e reforça o compromisso do Governo de Pernambuco com aqueles que fazem a diferença na formação das futuras gerações”, declarou.
Socorro destaca progressão
A parlamentar também destacou a retomada da progressão por desempenho, mecanismo de evolução funcional interrompido há 27 anos. Mais de 70 mil trabalhadores da educação devem ser contemplados com a medida.
“Nosso mandato tem lado: o lado da educação, do respeito ao magistério e da construção de um estado mais justo. Por isso, fizemos questão de votar e aprovar essa matéria com total responsabilidade e compromisso.”
Álvaro lembra que governo tentou esvaziar plenário
Apesar da defesa da base governista, o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, afirmou que a aprovação só ocorreu após articulação da própria Assembleia com professores e com o sindicato da categoria (Sintepe). O projeto foi aprovado por 31 votos favoráveis, seis a mais que o mínimo necessário.

Porto relatou que a proposta chegou a ser retirada de pauta por duas vezes na semana anterior, após o governo orientar sua bancada a não registrar presença, impedindo o quórum. Na segunda-feira (09), após encontro com representantes da categoria no auditório Sérgio Guerra, o presidente decidiu colocar o projeto novamente em votação.
“Desde a chegada do projeto, a Casa se colocou à disposição dos professores. Tratamos de agilizar a tramitação nas comissões e colocamos na ordem do dia ainda na semana passada”, disse. “O governo tentou criar a narrativa de que a Alepe era a responsável pela não votação, quando o que impedia a aprovação era o esvaziamento promovido por aliados do Palácio.”
Autonomia do Legislativo em debate
Durante a sessão, professores acompanharam das galerias e reagiram com aplausos à formação do quórum. A deputada Débora Almeida, que monitorava as presenças, comunicou a líder do governo para convocar os aliados a tempo de garantir a votação.
Para Porto, o episódio evidenciou tentativas do Executivo de responsabilizar o Legislativo. “As divergências com projetos do Executivo decorrem da falta de informações solicitadas por parlamentares. Esta Casa não aceita ser desrespeitada”, disse.
“Sempre trabalhamos com transparência e com a verdade. Esta Casa não abre mão da sua autonomia”, concluiu.
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