Uma disputa entre dois lados com a mesma raiz política. A eleição do MDB, neste sábado (24), vai além da vitória do atual presidente Raul Henry ou do deputado estadual Jarbas Filho. Definirá o rumo do partido em 2026. Dará conforto político ao vencedor na mesma proporção que complicará o derrotado. Quando for anunciado o resultado, chegará ao fim uma disputa que saiu do campo político e partiu para o pessoal, visceral. Que colocou irmãos por parte de pai em lados opostos e que será mais uma peça no quebra-cabeça das eleições de 2026. Isso porque Raul Henry é secretário de João Campos e, nos bastidores, há indicações que Jarbas Filho marchará com Raquel Lyra para o Governo.
A disputa ganhou contornos ainda mais delicados por envolver o uso do capital simbólico do jarbismo em sentidos opostos. Enquanto Raul Henry sustenta a continuidade de uma linha construída ao lado do ex-governador, Jarbas Filho tenta reposicionar o partido com um discurso de renovação, usando o peso do sobrenome e da imagem do pai, utilizada largamente na campanha, e a força das bases municipais. A divergência entre os dois ultrapassa a política e esbarra em disputas familiares, evidenciando o grau de desgaste interno na legenda.
O lado do MDB em 26
O resultado do sábado definirá mais do que uma presidência partidária. O MDB, que já foi protagonista no estado, busca agora reencontrar seu espaço diante de um cenário político em transformação. A depender do vencedor, o partido poderá atuar como aliado estratégico de João Campos ou como reforço ao campo político de Raquel Lyra, moldando os blocos que disputarão o Governo do Estado em 2026.
Por trás do tom protocolar das candidaturas, o que se trava é uma luta por comando, território e narrativa. Em jogo está a reconstrução da identidade do MDB, entre manter-se como um partido com vínculos na capital e no governo municipal, ou buscar o protagonismo no interior, com base em lideranças locais e mais autonomia diante dos dois polos que se consolidam no estado. Seja qual for o resultado, o partido sairá da convenção deste sábado com feridas expostas que precisarão ser cicatrizadas até a próxima eleição, em 2026.
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