O Governo de Pernambuco nomeará, nesta sexta-feira (16), Virgílio Oliveira como administrador adjunto do Arquipélago de Fernando de Noronha. A designação será publicada no Diário Oficial do Estado. Virgílio, que havia sido indicado para o cargo de administrador da Ilha, exercerá o cargo até que seja sabatinado para o cargo anterior pela Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
O cargo de administrador-geral está oficialmente vago desde 28 de janeiro, quando Thallyta Figueirôa foi exonerada. A gestão da ilha é exercida interinamente por José Aglailson Neto, servidor do Estado e irmão do deputado Aglailson Victor (PSB). A permanência de Neto no posto tem sido motivo de críticas por parte da população local e de setores do Executivo, que consideram a ocupação sem sabatina um impasse institucional.
Indicação sem avanço na Alepe
Em março, a governadora Raquel Lyra (PSDB) oficializou a indicação de Virgílio Oliveira para o cargo. Entretanto, a sabatina obrigatória pela CCLJ ainda não foi marcada. O presidente da comissão, deputado Coronel Alberto Feitosa (PL), alegou que a agenda está sobrecarregada e que a avaliação está “no radar”, sem previsão.
Antes de Oliveira, o nome de Walber Santana chegou a ser anunciado para o posto, mas a proposta foi retirada da pauta sem justificativa formal, reforçando a instabilidade política em torno da administração do arquipélago.
Conselho cobra definição e população protesta
Na segunda-feira (13), membros do Conselho Distrital de Fernando de Noronha estiveram na sede da Alepe para solicitar urgência na análise do nome de Virgílio Oliveira. A ausência de administrador efetivo estaria prejudicando o andamento de decisões administrativas e projetos locais. Caso a sabatina não seja realizada, os conselheiros indicaram que poderão acionar o Ministério Público de Pernambuco.
Moradores da ilha também organizaram protestos nos últimos meses. Os atos pedem a realização de eleições diretas para o cargo, atualmente nomeado pelo Governo do Estado. Os manifestantes alegam que o arquipélago está sendo usado como espaço de barganha política entre Executivo e Legislativo.
Tensão entre os poderes estaduais
A indicação para a administração da ilha tornou-se foco de disputa entre o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa. A líder do governo na Alepe, deputada Socorro Pimentel (União Brasil), criticou a lentidão no processo e disse que a situação “está sendo manipulada por interesses externos”.
Do outro lado, o deputado Álvaro Porto (PSDB), presidente da Alepe, afirmou que a pressão por parte do Conselho e de integrantes do governo é indevida. Segundo ele, a Casa Legislativa respeita prazos e ritos legais, e a sabatina ocorrerá “no tempo necessário”.
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