A sequência de chuvas intensas que atinge a Região Metropolitana do Recife (RMR) desde a madrugada de quarta-feira (14) provocou a suspensão de aulas em ao menos quatro municípios e gerou pontos de alagamento, deslizamentos de barreira e dezenas de chamados às defesas civis. O maior volume foi registrado em Jaboatão dos Guararapes, com 180 mm em 24 horas, segundo a Defesa Civil local. A cidade contabilizou 35 ocorrências, incluindo dois deslizamentos de barreira, sem registro de vítimas.
No Recife, o pluviômetro do bairro do Torreão indicou 130 mm de chuva, o equivalente a 45% da média histórica de maio, que é de 286 mm, conforme dados do Centro de Operações do Recife (COP). A Prefeitura suspendeu aulas da rede municipal e os serviços públicos não essenciais durante a manhã da quinta-feira (15), e reforçou o pedido para que a população evite deslocamentos, salvo em situações de emergência. A Defesa Civil da cidade recebeu 23 chamados desde as 17h da quarta-feira, a maioria por colocação de lonas plásticas e solicitações de vistoria.
Além do Recife e Jaboatão, as prefeituras de Paulista e Camaragibe também interromperam o funcionamento das escolas municipais. Em Paulista, a decisão da Secretaria de Educação foi baseada no alerta da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) e visa garantir a segurança de alunos e profissionais da educação. Em Camaragibe, o prefeito Diego Cabral destacou que a suspensão se deu por causa das dificuldades de deslocamento e para proteger a população. No município, o bairro do Timbi registrou o desabamento de um muro, sem feridos.

Municípios seguem em alerta com as chuvas
Embora os maiores volumes tenham sido registrados em Jaboatão (180 mm) e Recife (134,8 mm), de acordo com a Apac, todas as cidades afetadas mantêm monitoramento contínuo das áreas de risco. Em Camaragibe e Jaboatão, as Defesas Civis municipais seguem em estado de prontidão. O Centro de Operações do Recife atualizou o estágio de atenção para a capital, indicando alterações perceptíveis na rotina urbana, como alagamentos e congestionamentos.
Pontos de alagamento monitorados por videomonitoramento foram identificados em vias principais do Recife, como a Avenida Dois Rios (Sesi), Avenida Mascarenhas de Morais, Avenida Abdias de Carvalho, Avenida Caxangá (sob o viaduto da BR-101), e Avenida Recife, próximo à entrada do Ibura.
No âmbito estadual, a vice-governadora Priscila Krause, que substitui a governadora Raquel Lyra em missão oficial, acompanha a situação diretamente do Centro Integrado de Comando e Controle (CICCE), no Recife. A estrutura reúne órgãos de segurança, defesa civil e meteorologia, como parte da estratégia do Governo de Pernambuco para responder às emergências climáticas.
No Recife, ação Inverno 2025 prevê R$ 322,9 mi
Para enfrentar os efeitos do período de chuvas, a Prefeitura do Recife anunciou o maior pacote de investimentos da história municipal no programa Ação Inverno 2025, com R$ 322,9 milhões destinados a obras estruturadoras. O montante inclui intervenções no Rio Tejipió, construção de reservatórios na Imbiribeira, contenção de encostas, urbanização de áreas afetadas e mitigação de pontos críticos de alagamento.
As Defesas Civis municipais disponibilizam canais de emergência para atendimento à população afetada pelas chuvas, com plantão 24h. No Recife, os números são 0800-0813400 e 3036-4873. Em Jaboatão, o contato pode ser feito pelo WhatsApp 9.9195-6655 ou 0800-281-2099. Paulista atende pelos números 153 e (81) 9.9784-0270, e Camaragibe pelos telefones (81) 99945-3015 e 2129-9564.
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