Governo e Alepe, um armistício cada vez mais distante

Presidente da Alepe, Álvaro Porto ocupou a tribuna da Casa para criticar a área de segurança

A relação entre a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e o Governo do Estado se deteriora a cada dia, com cada um falando uma língua e um armistício, a cada ação, fica mais difícil. A terça-feira no Legislativo ilustrou bem essa disputa entre os dois lados. Enquanto o presidente da Casa, Álvaro Porto, subiu à tribuna para denunciar os problemas da segurança em Pernambuco, a líder do Governo na Casa, Socorro Pimentel, fazia um périplo pelo plenário com o presidente do Conselho Distrital de Fernando de Noronha, Milton Luna, que veio ao Recife cobrar que a Assembleia faça a sabatina do administrador do arquipélago indicado pelo governo, Virgílio Oliveira.

Com a pauta da Alepe travada para votações e a governadora Raquel Lyra em Nova Iorque, em busca de investimentos para o Estado, Álvaro Porto ocupou a tribuna no Grande Expediente, que permite intervenções de outros deputados. E foram muitos os apartes, de todos os parlamentares de oposição, que não economizaram nas críticas à gestão estadual. Começando por Álvaro, que acusou a gestão estadual de “maquiar” os números da violência, os deputados lembraram, entre outras coisas, que o Governo demorou seis meses de gestão para apresentar o plano Juntos pela Segurança. Um bombardeio de quase duas horas, contra apena uma intervenção de Socorro Pimentel.

A líder do Governo, Socorro Pimentel, rebateu o discurso de Álvaro e fez um périplo pelo plenário com o o presidente do Conselho Distrital de Fernando de Noronha, Milton Luna

Por outro lado, sem muitas manobras a fazer, voltaram a apelar pela votação pedido de autorização do empréstimo de R$ 1,5 bilhão, feito pelo Governo. o deputado João Paulo fez isso, na sessão da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça pela manhã. Socorro vem fazendo isso em todas as suas intervenções, mas não encontram eco. A oposição, que controla as comissões, dá de ombros, e empurra com a barriga tanto o pedido de empréstimo, como a sabatina do escolhido de Noronha.

Governistas com poucas alternativas na Alepe

Sem esse controle das comissões, os governistas lutam com as poucas armas que têm, pressionando com agentes externos, como foi o caso de Noronha e com apelos, que por vezes soam como súplicas.

Numa Casa de diálogo, como é a Alepe, os confrontos estão cada vez maiores e mais intensos dia a dia. São tatas camadas de confrontos que estão sendo criadas que, ou se abre um caminho para as conversas, ou a tendência é de o clima piorar e a paralisação da pauta vai contaminar as instituições do Estado.

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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