Com previsão de entrega do sistema viário em junho de 2025, a Prefeitura do Recife anunciou um conjunto de intervenções no Cais José Estelita que inclui dois parques públicos, restauração de galpões históricos e infraestrutura de mobilidade. O projeto, realizado por meio de contrapartida da iniciativa privada, não utilizará recursos públicos e terá investimento total de R$ 140 milhões.
As intervenções são fruto de uma parceria entre a Prefeitura do Recife, a construtora Moura Dubeux e o Consórcio Novo Recife. Também participam o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU). O objetivo é integrar os bairros de São José e Cabanga à Zona Sul com novo sistema viário, ciclovias e áreas de convivência.
Dois parques interligados no Cais
O Parque do Cais terá 33 mil metros quadrados e será implantado na região da orla, com ciclovia de 1,7 km, calçadas acessíveis, áreas de lazer e contemplação, arborização e infraestrutura para diferentes faixas etárias. O antigo canteiro viário do entorno do viaduto próximo ao Cabanga será transformado em área verde com lago, vegetação nativa e paisagismo.
O Parque da Memória Ferroviária ocupará 55 mil metros quadrados entre o Forte das Cinco Pontas e a antiga linha de trem que transportava açúcar. O espaço será voltado à preservação do patrimônio ferroviário, com restauração da antiga estação, caixa d’água e cerca de 30 galpões históricos. Os galpões somam aproximadamente 8 mil metros quadrados e abrigarão atividades culturais e educativas.
A ligação entre os dois parques será feita por uma esplanada que conectará a Avenida Dantas Barreto à orla da Bacia do Pina, promovendo fluidez urbana e continuidade do espaço público.
Obras terá infraestrutura subterrânea e drenagem
O projeto contempla redes subterrâneas de energia elétrica, abastecimento de água, esgotamento sanitário, internet e gás natural. Também será implantado um novo sistema de drenagem para reduzir alagamentos na região de São José, que já recebeu a restauração da Igreja Matriz.
Segundo o prefeito do Recife, João Campos, “vai ser criado 9,5 hectares de área pública. E tudo isso sem uso de recursos públicos, já que é uma contrapartida privada”.
A primeira fase de recuperação dos galpões e da caixa d’água começará no primeiro semestre de 2025, com prazo estimado de um ano e meio. O investimento nessa etapa será de R$ 30 milhões, sendo R$ 12 milhões destinados apenas aos galpões.
Está em elaboração um plano de gestão, uso e conservação dos espaços restaurados, em parceria com o Iphan. O documento definirá os usos permitidos para cada área, de acordo com critérios técnicos de conservação e ativação cultural.
A execução integral do Parque da Memória Ferroviária dependerá da aprovação do projeto executivo por parte do Iphan, da Prefeitura do Recife e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Com essas aprovações, será possível buscar recursos públicos em nível federal, estadual ou municipal.
De acordo com o diretor da Moura Dubeux, Eduardo Moura, “essa obra é muito significativa para o bairro de São José, pois cria integração urbana e facilita o acesso à orla. Teremos um parque com área de lazer e contemplação e, além disso, o Parque da Memória Ferroviária, reforçando o vínculo com a história da cidade”.
Fotos: Edson Holanda/Prefeitura do Recife
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