Político adora uma calculadora. Vai chegando o período eleitoral e é um tal de soma aqui, subtrai ali, multiplica acolá, divide pelo quociente eleitoral e chegasse ao melhor destino partidário que permita uma eleição mais tranquila. Mas desde a eleição de 2022, um ingrediente a mais entrou como variável nessa equação, que é a possibilidade das federações. Criadas para driblar a cláusula de barreiras e manter ativas as legendas que não teriam condições de superá-la, esses agrupamentos de siglas acabam, por vezes, oferecendo um ambiente mais confortável para entrar na disputa.
A bronca é que existe muita especulação sobre essas federações e pouco fato. Atento aos movimentos em Brasília, o deputado Pedro Campos (PSB) definiu com precisão a indefinição dos movimentos que estão ocorrendo em Brasília, com os líderes partidários. Frasista como o pai Eduardo Campos, ele afirma que há “muito ensaio e nenhum desfile”.
A cada dia aparece uma composição partidária e com ela uma nova matemática eleitoral para os candidatos a deputado, tanto estaduais como federais. Há conversas para todos os gostos. Inclusive o PSB de Pedro Campos pode se unir com o PDT, com a possibilidade de abarcar o Solidariedade e Cidadania. O maior enigma talvez seja o futuro do PSDB. Antes um partido da primeira linha da política brasileira, vem a cada eleição perdendo musculatura.
Já houve a possibilidade forte de uma fusão com o Podemos, que seria fechada até o final de maio. Nessa modalidade, as legendas deixam de existir e passam a formar uma outra. Mas essa possibilidade perdeu força nos últimos dias. Agora, o que se fala é que os tucanos podem se unir ao Republicanos, em federação.
Outra que é tratada é a federação entre o PP e o União Brasil. Se formalizado, o grupo será o maior da Câmara dos Deputados, com 109 parlamentares, ultrapassando o PL, de Jair Bolsonaro, atual maior bancada, com 92.
As federações ainda ativas
Atualmente há três federações ativas: A PSOL/Rede tem um futuro incerto, já a Brasil da Esperança há a possibilidade de que o PT e PCdoB permaneçam unidos, mas o PV deve sair. Já a formada pelo PSDB e Cidadania, essa será desfeita.
Diante de tanta incerteza, fica mais complicado fazer as contas sobre como ficará o cenário nas eleições. Pedro Campos acredita que no início do segundo semestre o cenário já esteja caminhando para as definições, até porque é preciso tempo para organizar as chapas das federações, fusões ou partidos. Até lá, haja calculadora.
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